Quinta, 25 de Abril de 2024
   
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O Refúgio na Tormenta

Pastoral

Nesta semana, o furacão Sandy foi notícia em todo o mundo por ter adentrado o território americano e causado grandes danos e prejuízos, principalmente à cidade de Nova York e à quase todas as cidades do Estado de Nova Jersey. Duas famílias da IBR tiveram uma experiência assustadora e inesquecível. O Leandro e a Priscila, sem luz e em meio a ventos fortíssimos, nem puderam dormir diante de tantas e tão frequentes explosões de transformadores elétricos. A família do Pr. Marcos, sobre a qual passou o olho do furacão, se viu diante de ventos surpreendentemente fortes, muito barulho, uma chuva pesadíssima e vários apagões, o que deixou todos muito assustados. Graças ao nosso Deus, todos estão muito bem e o susto já passou. Algo que os tranquilizou, em meio a um fenômeno natural a que nós brasileiros não estamos muito acostumados, foi a existência de “refúgios” próximos às suas casas. Esses abrigos são construções subterrâneas preparadas para dar proteção em caso de furacões. Escondidos neles, mesmo que percam seus bens, mantêm sua vida.

Olhando para essa realidade, lembramo-nos que, mesmo vivendo em um país em que raramente se veem furacões como esse, há, para nós que cremos em Cristo, um refúgio. Porém, esse refúgio não é um local, mas uma pessoa: o próprio Deus! Assim Davi o considerava: “O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em quem me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte” (Sl 18.2). A figura de um abrigo diante de perigos não era sem razão. Davi e outros salmistas atravessaram crises em que se sentiram acuados e sozinhos. Entretanto, sentiram a presença de Deus e perceberam que ela lhes conferia um verdadeiro refúgio: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Sl 46.1). Usando a figura de uma fortaleza, Davi comparou a proteção do Senhor como um “alto refúgio”, que tanto pode ser a cidadela da cidade murada — uma fortificação dentro da fortificação —, ou um local cuja proteção é natural, como um rochedo no alto de uma montanha: “O Senhor é também alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de tribulação” (Sl 9.9). Quando os homens maus rejeitavam os valores de Deus e agiam como perseguidores e zombadores do bem, é para Deus, como refúgio seguro, que o rei de Israel corria: “Meteis a ridículo o conselho dos humildes, mas o Senhor é o seu refúgio” (Sl 14.6).

Sendo assim, essa metáfora da proteção cuidadosa de Deus preenche o livro de Salmos mostrando aos leitores as aplicações da imagem de Deus como refúgio do seu povo. A primeira delas é a oração confiante: “Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio” (Sl 62.8). Quando Davi diz “derramai perante ele o vosso coração”, ele associa essa ação a uma situação difícil na qual O Senhor precisa ser um refúgio para os seus, traduzindo, com isso, a busca por ele em oração. Contudo, essa ação não deve agir como mero paliativo, nem como efeito placebo, mas como fonte de confiança e esperança: “Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é meu alto refúgio” (Sl 59.9).

A segunda aplicação da figura de Deus como refúgio é a dependência centralizada no Senhor: “Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar no homem. Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar em príncipes (Sl 118.8,9). Frequentemente somos tentados a garantir o bem-estar pessoal por nossos meios. Nesse sentido, as alianças humanas nos parecem ferramentas bem vantajosas, até que venha a decepção por causa da falha e falta dos homens. Por isso, o servo de Deus aprende a centralizar sua dependência e confiança no único que não falha e que age para o nosso bem, mesmo quando não entendemos os detalhes do seu plano.

A terceira aplicação é a busca pela Palavra de Deus: “Tu és o meu refúgio e o meu escudo; na tua palavra, eu espero” (Sl 119.114). As promessas de Deus e os traços do seu caráter registrados nas Escrituras são as bases da nossa confiança e a razão de buscarmos refúgio no Senhor. O fato é que nossa busca por proteção divina não é uma confiança cega e iludida, mas fé nas palavras de Deus.

A quarta aplicação é a proclamação dos feitos divinos: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos” (Sl 73.28). Não é possível ser alvo da bondade protetora e fortalecedora de Deus e não anunciar aos homens quem Deus é e o que ele fez por nós. Pelo menos não deveria ser assim. O conhecimento da Palavra e o testemunho das ações divinas devem ser expostos a todos.

A última aplicação é a adoração grata: “Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia; pois tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia. A ti, força minha, cantarei louvores, porque Deus é meu alto refúgio, é o Deus da minha misericórdia” (Sl 59.16,17). Deus deve ser louvado simplesmente por ser Deus. Contudo, deve ser louvado mais ainda por ser Deus e nosso protetor e provedor pessoal.

Você está passando por uma tormenta? Um furacão se aproxima? O vendaval da tribulação está fazendo tudo tremer? Corra depressa, pela fé em Cristo, ao verdadeiro e único refúgio!

Pr. Thomas Tronco

 

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