Quinta, 28 de Março de 2024
   
Tamanho do Texto

Pesquisar

Bombas Enterradas no Coração

Pastoral

Nesta semana, uma bomba da Segunda Guerra Mundial foi encontrada em um canteiro de obras na cidade de Munique, na Alemanha. Apesar de estar lá há setenta anos, ela podia explodir a qualquer momento, já que seu detonador estava ativo. Foi preciso evacuar todas as casas em um raio de 300 metros. Segundo os especialistas do esquadrão antibombas, se aquele artefato de 250 quilos explodisse, destruiria completamente o prédio localizado bem ao lado e afetaria todas as construções ao redor. Ainda que a guerra tenha acabado há tanto tempo, seus efeitos seriam sentidos hoje.

Infelizmente, esse não é o único artefato do passado que pode causar danos no presente. Bombas imateriais — pecados que não foram confessados e abandonados — também podem causar destruição no meio da igreja de Cristo. Apesar de ser tentador deixar tais pecados caírem no esquecimento ou ficarem limitados a certos locais, a Bíblia nos alerta que eles também têm detonadores vivos que podem causar mais explosões e destruição, onde quer que estejam.

Assim, Paulo mostra que o orgulho pode explodir em termos de impureza na igreja quando os crentes não se sentem impelidos a tratar o pecado. Foi o caso da igreja de Corinto que, apesar de conviver com um desvio notável, achou que tinha em si consistência suficiente para lidar com o assunto sem cair. Mas Paulo lhes diz: “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento” (1Co 5.6,7a). O que o apóstolo alerta é que o pecado daquele impenitente que se atrevia a possuir sua própria madrasta, unido à arrogância da igreja em não tratar o caso, viria a afetar toda a igreja assim como o fermento consegue reagir com toda a massa. E o pior é que esse efeito é crescente dentro da igreja: “Porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro” (2Pe 2.18).

Outra bomba-relógio da vida cristã são as conversas ruins: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (1Co 15.33). Nessa descrição estão contidas a maledicência, as conversas imorais, a mentira e aquelas coisas que não são ditas abertamente, mas de ouvido em ouvido. Apesar de serem apenas palavras, elas revelam um coração corrompido e afetado pelo pecado: “Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. [...] Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.11,19). E o pior é que seus efeitos não se limitaram a palavras, mas afetam outras áreas da vida de quem abriga tais conversas: “Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior” (2Tm 2.16).

As más companhias também são um perigo explosivo e constante para os crentes: “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau” (Pv 13.20). Nesse sentido, muita gente mantém relacionamentos que sabem não ser saudáveis, mas explicam que eles detêm o controle sobre a situação — o famoso “eu me garanto!”. Entretanto, quando menos esperam, essas amizades e relacionamentos implodem o relacionamento do crente com Deus e com tudo que as Escrituras ensinam. Mas se seguimos de fato a Cristo, manteremos comunhão com o povo de Deus: “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.6,7).

Finalmente, as discórdias agem como uma bomba prestes a explodir o que quer que esteja ao redor: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hb 12.14,15). Pecados não confessados nos relacionamentos, cuja solução inexiste, são perigos potenciais onde quer que estejam. O risco é, segundo o autor de Hebreus, que esses problemas não resolvidos venham a contaminar outros, justamente porque o coração não recebeu o devido tratamento para a santificação e porque o Senhor não ignora o problema ainda que o tempo passe e mesmo que se vá para outros lugares — mudança de endereço não desarma tal perigo. O tique-taque da destruição continua soando, aguardando o momento de atingir outras vidas.

Como desarmar essas bombas? É simples! Em primeiro lugar, devemos reconhecer o pecado: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo 1.8). Em seguida, buscar o perdão de Jesus pela confissão e abandono do pecado, confiados na graça e no poder do nosso Salvador de nos purificar: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9). Caso contrário, tampe os ouvidos e saia de perto: a explosão é iminente! Tique-taque!

Pr. Thomas Tronco

 

Este site é melhor visualizado em Mozilla Firefox, Google Chrome ou Opera.
© Copyright 2009, todos os direitos reservados.
Igreja Batista Redenção.