Quinta, 25 de Abril de 2024
   
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O Que É um ‘Home Run’?

Pastoral

Em canais esportivos de TV por assinatura, é possível assistir a jogos de beisebol dos Estados Unidos. Como para todo brasileiro, as regras desse esporte eram completamente misteriosas para mim. Aos poucos fui aprendendo e as ensinei à minha filha – o Nintendo Wii dela também nos ajudou. Aprendemos o suficiente para torcer para o New York Yankees e saber que nosso grande rival é o Boston Red Sox.

Das poucas coisas que entendíamos no começo, uma delas era o home run. É aquela rebatida para fora do campo seguida por uma corrida do rebatedor ao redor do diamante – esse é o nome do campo de beisebol. A única coisa que eu não sabia é o quanto é raro acontecer esses home runs. Ainda assim, o jogo segue e os times pontuam, mesmo quando há poucos ou nenhum daqueles pontos fantásticos.

Inevitavelmente, me veio à mente um paralelo relacionado à vida cristã. Nós também temos nossos ‘home runs’. Para nós, isso tem a ver com qualidades que prezamos e com feitos que almejamos. Em termos de qualidades, as mais valorizadas costumam ser a capacidade de pregar bem a Palavra de Deus, o conhecimento bíblico amplo e profundo, o talento musical e aquela personalidade marcante e cativante que faz com que o ambiente brilhe quando certo irmão está presente.

Assim como o home run, nem sempre essas coisas acontecem ou estão presentes. Mas um jogo de beisebol é disputado base a base, com corridas curtas, repetidas, fruto de um trabalho de equipe. A cada vez que a bola é atingida corretamente pelo taco, avança-se um trecho e a boa rebatida de um jogador se torna a oportunidade para outro pontuar em favor do time. O mesmo acontece no corpo de Cristo. Pequenos feitos – pelo menos aos olhos humanos – como oração, frequência aos cultos, encorajamento, amor, amizade, exortação, socorro e bom testemunho se unem para fazer coisas surpreendentes.

Isso fica claro quando Paulo aponta os dons mais cobiçados da igreja afirmando que não eram realidade para todos: “Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres? Ou, operadores de milagres? Têm todos dons de curar? Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?” (1Co 12.29,30). Contudo, ele também afirma: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. [...] Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários” (1Co 12.12,18-22).

Outro paralelo é que o home run em si pontua da mesma forma que as outras jogadas, ou seja, o rebatedor que dá a volta no campo marca “um” ponto para seu time. A diferença é que, se outros jogadores que rebateram antes dele estiverem nas bases do diamante, todos eles também podem correr até o final e o time pode marcar até quatro pontos de uma só vez. Por isso, os rebatedores que têm mais chance de rebater para fora do campo são escalados no final, quando outros, por meio de rebatidas não tão brilhantes, já conseguiram posições nas bases. Da mesma forma, aqueles irmãos dotados de dons, talentos e qualidades marcantes só podem fazer grande diferença caso outros irmãos estejam também empenhados na luta pela expansão do Reino de Deus.

Não é comum pregadores solitários obterem vitória enquanto os irmãos vivem em estado de alienação e dando mau testemunho. Nem tampouco é comum que tais objetivos sejam alcançados sem que a igreja esteja em constante oração e unida na dependência do Senhor. Porém, quando todos estão empenhados em servir a Deus, cada um em seu papel, os irmãos mais capacitados se tornam apenas uma engrenagem de um enorme e eficiente motor comandado pelo Espírito Santo. Por isso, diz o apóstolo: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso” (1Co 12.4-7).

As conclusões são duas: 1) Não podemos desprezar ninguém e nenhum tipo de tarefa que foi confiada à igreja de Cristo; 2) Não podemos descuidar de nenhuma área da nossa vida, sabendo que nenhum servo é avaliado apenas pelos seus pontos fortes. No final das contas, espera-se de nós uma luta ampla pela santificação e edificação, além de um esforço dependente de Deus em tudo que está diante de nós. Assim, faremos jus às instruções do apóstolo: “Procurai, com zelo, os melhores dons” (1Co 12.31).

Pr. Thomas Tronco

 

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