Sexta, 29 de Março de 2024
   
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Jacó Deixa Labão

Gênesis 31 conta que Jacó, depois de ser abençoado por Deus com muitos bens, notou que Labão já não o olhava com a mesma alegria. Também viu que havia murmuração entre os filhos de Labão. Por causa disso, quando Labão se ausentou para fazer a tosquia do rebanho, "se levantou Jacó e, fazendo montar seus filhos e suas mulheres em camelos, levou todo o seu gado e todos os seus bens que chegou a possuir" (Gênesis 31.17).

Sem que Jacó soubesse, Raquel aproveitou a ausência do seu pai para roubar-lhe pequenas estátuas que representavam os deuses de Labão: "Tendo ido Labão fazer a tosquia das ovelhas, Raquel furtou os ídolos do lar que pertenciam a seu pai" (Gênesis 31.19).

A fuga de Jacó e sua família foi descoberta três dias depois. Labão reuniu seus homens para persegui-lo, mas Deus, em sonho, o advertiu para que nada fizesse contra Jacó. No sétimo dia Labão os alcançou e repreendeu Jacó por não dar-lhe a chance de se despedir. Também o indagou sobre o roubo dos ídolos. Como Jacó não sabia que Raquel os tomara, disse a Labão que os procurasse e matasse quem tivesse cometido tal crime. Labão procurou e nada encontrou, pois Raquel os escondeu sentando-se sobre eles.

Assim, Jacó o acusou de tratá-lo com injustiça nesse caso e nos 20 anos em que trabalhou para ele. Finalmente, Labão mudou o tom da conversa e fez uma aliança com Jacó garantindo a paz entre os dois. Essa aliança foi selada com uma coluna que eles levantaram como testemunho e com uma refeição que partilharam. Despedindo-se, Labão voltou para sua terra e Jacó seguiu seu caminho.

Algo notável nessa história é o roubo dos ídolos de Labão por Raquel. Esses ídolos, que em hebraico são chamados "terafim”, eram estatuetas com formas humanas que representavam antepassados e divindades. Eram usadas em adivinhações e Labão disse que eram "seus deuses" (Gênesis 31.30). Para Deus tais ídolos eram algo abominável, conforme dizem as Escrituras: "Aboliu também Josias os médiuns, os feiticeiros, os ídolos do lar, os ídolos e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, para cumprir as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na Casa do SENHOR" (2Reis 23.24).

Mas então, por que Raquel tomou esses ídolos para levá-los consigo? O fato de Jacó não saber da presença deles entre a bagagem demonstra que Raquel sabia que não teria permissão para tê-los. Mesmo assim, é possível que Raquel estivesse tão apegada à religiosidade do seu povo que não conseguia abandoná-la. Nem mesmo as demonstrações do poder e do cuidado de Deus ao aumentar o rebanho de Jacó fizeram com que ela confiasse planamente no Senhor e deixasse de confiar nos ídolos representados por aquelas estatuetas.

Infelizmente, é comum que pessoas hoje em dia também se apeguem e confiem em amuletos e símbolos que representam seres que não são Deus. O próprio Deus rejeita e abomina essa prática: "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar" (1Samuel 15.23). Diante disso, é preciso avaliar aquilo que se chama de religiosidade e comparar com a mensagem da salvação pela fé em Jesus Cristo. Afinal, é possível buscar o contato e as bênçãos de Deus de uma maneira que ele mesmo reprova?

"Guardai, pois, cuidadosamente, a vossa alma, pois aparência nenhuma vistes no dia em que o Senhor, vosso Deus, vos falou em Horebe, no meio do fogo; para que não vos corrompais e vos façais alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher" (Deuteronômio 4.15-16) .

Pr. Thomas Tronco

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