O Amor do Redentor
O eterno Deus do nada trouxe à luz
O Universo, gigante colossal,
Que ante o Santo, somente, se reduz.
Homem puro, coroa da criação
À imagem, semelhança do feitor,
Fez-lhe o Trino – padrão da perfeição,
Fino molde da imagem, o Senhor.
Oculto orgulho encontrou ocasião
De tirar do homem o perfeito afeto,
Macular de impureza o coração,
Retirar-lhe do seu caminho reto.
Distanciado pelo abismo profundo
Carecendo do Senhor o elo forte
Viu das trevas o desandar do mundo,
Viu da vida enlutada a dor da morte.
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Como em ato teatral, atrás da cena,
Recôndito que a vista não alcança,
Com coração rasgado e mão na pena
Grafa, o Autor, o ato rude de matança.
Morto é o Filho, valoroso e benquisto,
Por outrem réu de pena capital
Rei da paz, do Senhor amado Cristo,
Na morte, vitorioso, vence o mal.
Perdido, alvo justo de castigo,
O homem falho, refugo no passado,
Pela fé, de rebelde passa a amigo
Pelo amor, um distante aproximado.
Caro dom, preço pago no madeiro,
De graça é dado pela mão paterna
Vida dá, nesta vida, por inteiro
Finda a vida, dá, ainda, a vida eterna.
Pr. Thomas Tronco