Terça, 23 de Abril de 2024
   
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A Dor da Ansiedade

Pastoral

Certa vez, li uma poesia de dois versos em inglês de um homem chamado James Seward. O tema da ansiedade dos servos de Deus que existe em detrimento da confiança ensinada nas Escrituras me fez reler repetidamente as linhas do poeta. Assim, lançando mão da usual liberdade na tradução de poesias, mantive o desenvolvimento da ideia central da poesia de Seward ao escrever:
É sua vontade que eu deva lançar
Sobre seus braços diários anseios;
Ele, também, me ordena guardar
Confiança segura pelos seus meios.
 
Mas, quão tolamente faço o oposto
Despercebido do caminho vão:
Da confiança eu sinto desgosto
E dos meus anseios sou guardião!

Como esses versos são verdadeiros na vida de tantos de nós, crentes em Cristo! Os problemas vêm e nos abatem. Pensamos não haver solução nos lugares em que a vida nos levou. Imaginamos terríveis desfechos ao longo dos dias – e das noites, as quais passamos em claro. No final das contas, tem razão a primeira parte do provérbio de Salomão: “A ansiedade no coração do homem o abate” (Pv 12.25a).

Mas eu não sou um escritor pessimista. Nem eu, nem o provérbio em questão, já que termina dizendo “mas a boa palavra o alegra” (Pv 12.25b). Além de informar o caminho para a alegria, é possível perceber que o sábio escritor de Provérbios afirma que há solução para os casos que geram ansiedade. Se o desespero toma conta do crente, Deus abre o caminho que o traz de volta para sua comunhão, para o consolo predito e prometido e para o ânimo dependente do cuidado e do amor do nosso mestre.

Se é verdade que “a boa palavra alegra”, podemos, certamente, lançar mão da melhor e perfeita palavra a que temos acesso: a Palavra de Deus. Ela nos ensina muitas verdades nesse sentido, mas podemos olhar para pelo menos três delas. A primeira é que Deus tem conhecimento da ansiedade dos seus: “Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta” (Sl 38.9). Nosso Deus não é amigo apenas nas horas boas. Nos momentos ruins, ele sabe tudo que acontece conosco e não ignora o nosso sofrimento.

A segunda verdade é que Deus cuida dos crentes aflitos: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7). Deus não se contenta em saber dos nossos conflitos. Neles, ele quer nos consolar e nos tomar em seus braços a fim de atravessarmos momentos de tristeza e desânimo.

Finalmente, a terceira verdade é que Deus ensina a confiar nele em oração: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6). Apesar de Deus conhecer nossos caminhos, ele quer que o busquemos em oração. Essa ação, além de ser um dos meios usados por ele para livrar-nos do mal e das tribulações, é também o meio para nos aumentar a confiança e dependência dele.

Assim sendo, se eu tivesse conhecido o poeta James Seward, pediria a ele licença para completar sua poesia com os seguintes termos:

Lembrado, porém, da tua bondade,
Sinto correr dentro em mim um vigor;
Entrego meu pranto, deixo a ansiedade
Nas mãos do meu Mestre, meu Salvador!

Pr. Thomas Tronco

 

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