Quarta, 24 de Abril de 2024
   
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Você Frequenta a Escola Bíblica Dominical?

Pastoral

Certa vez, um pastor da Igreja Metodista de Atlanta – Estados Unidos, chamado Pierce Harris, foi pregar em um presídio. Conta ele que lá estavam vários homens, todos com a mesma roupa, sentados em um pátio enquanto aguardavam o início do culto. Um dos internos, que estava posicionado à parte dos outros a fim de apresentar o pregador, dirigiu-se aos seus colegas dizendo: “Muitos anos atrás, dois garotos viviam na mesma comunidade no norte da Georgia. Eles frequentaram a mesma escola, brincaram com os mesmos colegas e iam à mesma escola bíblica dominical. Um deles abandonou a escola dominical porque sentiu que ‘já tinha passado dessa fase’. O outro garoto permaneceu frequentando-a, pois realmente acreditava nela. O garoto que deixou de ir à escola dominical é este que hoje faz essa apresentação. O garoto que continuou a ir é o distinto pregador dessa manhã”.

Eu sei que muitos que agora leem este texto, já imaginando aonde ele vai chegar, estão pensando: “Essa história não quer dizer nada. Não é a frequência ou não à escola bíblica dominical (EBD) que define o que a pessoa vai ser na vida”. Para esses eu diria: “Talvez sim, talvez não”. De fato, a história das pessoas se baseia em muito mais coisas e circunstâncias do que um fator somente. Não dá para olhar para o menino sentado na carteira da escola dominical, e até os mais velhos assentados nos bancos da igreja, com o material em mãos, e lhes prever o futuro. Entretanto, é possível dar um bom palpite. Isso, porque a frequência à EBD é, em si mesma, uma “causa” e um “efeito”.

Como “causa”, ela produz nos crentes que dela participam um conhecimento mais profundo das Escrituras. Paulo, olhando para as necessidades do jovem Timóteo, orienta-o: “Até à minha chegada, aplica-te à leitura [das Escrituras inclusão minha]” (1Tm 4.13a). Em relação aos jovens da igreja, Paulo ordena a Tito que lhes dê instrução: “Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos” (Tt 2.6), além de o salmista ressaltar a importância da Palavra na luta contra o mal: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua Palavra” (Sl 119.9).

Quanto à criança, a Palavra de Deus indica que devem ser insistentemente educadas no caminho da justiça e da verdade: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Dt 6.6,7), e “ensina a criança no caminho em que deve andar e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6). É certo que tais cuidados não são exclusivos do ambiente eclesiástico – e nem devem ser – mas a EBD se presta a tanto e é um complemento fundamental para aqueles que, em casa, na escola e no trabalho, dedicam-se a aprender a Palavra de Deus e ensinar seus filhos.

Como “efeito”, o interesse pela EBD e por aquilo que ela tem a oferecer parte de corações desejosos de passar por um crescimento espiritual, de ter comunhão com Deus e de participar mais efetivamente da obra do nosso Senhor Jesus Cristo. Tenho visto, ao longo dos anos, muita gente desinteressada pela Palavra e inerte na vida da Igreja de Cristo presentes nos cultos da noite, perdidas no meio daqueles que sabem, de fato, o porquê de estarem ali. Entretanto, não costumo vê-los na escola bíblica dominical.

Não esquecendo de fazer justiça àqueles que “realmente” são impedidos de frequentar a EBD, nela normalmente se encontram cristãos sérios que querem que suas vidas sejam moldadas pelo Senhor a partir da renovação da sua mente (Rm 12.1,2). São também aqueles que não desperdiçam as oportunidades de estar com os irmãos e, principalmente, cultuar o Senhor (Hb 10.25). Esses são aqueles que, mesmo no culto da noite, participam integralmente cantando, orando e prestando a máxima atenção à pregação, enquanto outros, por vezes, nem sabem dizer o assunto ou o texto central do sermão.

Portanto, não é sem motivo que me preocupo com as pessoas que não vejo nos domingos de manhã. Elas são, no mínimo, pessoas que, por um lado, não dão prioridade a Deus e, por outro, não estão sendo suficientemente alimentadas.

Pense nisso! Nem todos aqueles que buscam modicamente o aprendizado da Bíblia e a comunhão e proteção da igreja irão parar na prisão. Mas, certamente, muito poucos desses – ou nenhum deles – serão pessoas que irão transformar, de algum modo, pela Palavra e pelo procedimento, o meio em que vivem.

Pr. Thomas Tronco
 

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