Quinta, 28 de Março de 2024
   
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Obadias 1b

 

“Ouvimos a mensagem que veio da parte do Senhor e um mensageiro foi enviado às nações (Obadias 1b).” 

Esse trecho, do primeiro versículo de Obadias, é a sequência da frase: “Visão de Obadias. Assim diz o Senhor Deus a respeito de Edom”. Depois da fórmula “assim diz o Senhor Deus”, certamente não esperamos que a mensagem pareça vir de outra pessoa que não o próprio Deus. Mas é justamente o que acontece, pois é dito que “a mensagem que veio da parte do Senhor” chegou aos seus ouvintes. Ao utilizar o verbo no plural, a imagem que se faz é a do profeta, diante do povo de Israel, anunciando a visão que recebeu de Deus, contendo sua avaliação sobre o procedimento dos edomitas e suas promessas de juízo a esse povo, além de promessas de reparação aos israelitas em um futuro escatológico. Desse modo, o profeta se une ao povo no recebimento da visão, não por sentimento ou propaganda nacionalista, mas por integrar o povo da aliança, a quem Deus pune quando é infiel, mas a quem ele também protege dos inimigos a fim de manter as promessas pactuais e as profecias escatológicas.

Na sequência, o profeta, agora designado como “um mensageiro”, recebe mais um encargo proclamatório dirigido “às nações”. Ele é “enviado” por Deus a anunciar que os demais povos teriam participação na punição de Edom (vv.7-10), servindo como instrumento de Deus. Nesse ponto, é impossível não notar a relação entre a “mensagem que veio da parte do Senhor” e a missão do “mensageiro... enviado às nações”. Dificilmente Obadias percorreu os países adjacentes levando tal mensagem, mas o registro dela permaneceu e se multiplicou, chegando ao conhecimento crescente dos povos e, inclusive, chegando a nós. Do mesmo modo, vários profetas registraram profecias da parte de Deus que visavam a povos ao redor de Israel, mas que foram registradas nos livros bíblicos para conhecimento e uso do povo de Israel. Mesmo assim, é interessante notar, nas Escrituras, como esse conhecimento chegou a pessoas e nações dos dias antigos, seja pelo anúncio aos ninivitas, registrado no livro de Jonas, seja pelas informações transmitidas a Ciro sobre predições que anunciavam seu nome e feito, escritas dois séculos antes, por Isaías (Is 44.28; 45.1,13; 48.14), ou as anunciadas várias décadas antes, por Jeremias (2Cr 36.22), de modo que Ciro cumpriu o papel determinado por quem ele, com conhecimento, chamou corretamente de “Senhor, rei dos céus” (2Cr 36.23).

Verdades como essas devem nos fazer refletir seriamente, pois Deus pronunciou muitas outras palavras e nos encarregou de sermos seus mensageiros, com a missão de proclamar tais verdades a pessoas de todas as nações. O Senhor separou e beneficiou a igreja de Jesus Cristo e a incumbiu da missão, conforme disse Pedro, “de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Na verdade, Jesus, quando subiu aos céus, disse que seus discípulos receberiam poder, ao descer sobre eles o Espírito Santo, de modo que o ministério de testemunhar o evangelho seria crescente, começando em “Jerusalém”, depois na Judeia (região onde Jerusalém se encontra), depois em Samaria (ao norte da Judeia) e, por fim, até os confins da Terra, o que engloba todo o mundo (At 1.8). Nesse sentido, essa missão ainda tem seu cumprimento nos nossos dias e em todos os lugares, devendo ser nossa tarefa pessoal anunciar às pessoas as boas novas da salvação em Jesus Cristo. Por isso, este texto de Obadias não é apenas uma história bíblica ou mais um conhecimento a ser somado e arquivado em nossas mentes, mas o lembrete de uma missão pessoal e, também, institucional, como igreja de Jesus, que temos da parte do Senhor. Você tem cumprido essa missão? Tem sido “um mensageiro enviado às nações”?

Pr. Thomas Tronco

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