Sexta, 19 de Abril de 2024
   
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Paz, Amor e a Omissão dos Falsos Mestres

Pastoral

Sem dúvida os anos 1960 foram um período marcado por grandes contestações e mudanças culturais. Foi nessa época que movimentos ligados à contracultura ganharam força, como é o caso dos hippies. Unidos contra as guerras, o consumismo americano e se posicionando a favor das minorias, os hippies ganharam popularidade nas décadas de 1960 a 1970. É a esse grupo que está vinculado o famoso slogan “paz e amor”. Há quem diga que tal movimento foi de extremo valor para a sociedade, pois, segundo se alega, a filosofia hippie trouxe para a juventude daqueles tempos um legítimo senso de liberdade e comunidade.

Mas, afinal, o que estava por trás do famoso “paz e amor”? Muitos jovens abandonaram seus lares, pois passaram a entender que deviam desfazer os laços tradicionais e conservadores que marcavam o relacionamento com os pais e familiares. O objetivo era atacar o “sistema opressor”. Os hippies assumiam uma postura totalmente libertina quanto à sexualidade. O consumo de drogas alucinógenas se dava em grande escala. Esse grupo, que para alguns era apenas um bando de jovens querendo se divertir e ouvir músicas, é, na verdade, a maior evidência de que por trás de slogans bonitinhos e inocentes pode haver tudo o que há de mais podre no ser humano.

Quando vejo pastores bufões, cuja pregação mais parece um show de stand up, eu não me deixo enganar. Os sermões desses homens, que visam sempre a massagear o ego de seus ouvintes, soa para mim como o “paz e amor” dos hippies. A princípio, podem parecer inocentes e até bíblicos, mas, acreditem: esses falsos mestres estão levando uma multidão para o inferno com suas palavras de bajulação e omissão da verdade. A armadilha que eles montam são perfeitas para capturar ouvintes desatentos. Seu linguajar é “descolado” e jovial; não se importam com formalidades, visto que isso é antiquado demais para eles. A Bíblia está sempre por perto, muitas vezes ao alcance das mãos, mas não fazem uso dela, preferindo seus insights, algo que seus ouvintes amam. Não se fala sobre arrependimento, mudança de caráter e abandono do pecado, afinal de contas, todos estão ali para se sentirem bem. Assim, caminham juntos a passos largos para a perdição.

No livro 4º do tomo 2 de suas Institutas, João Calvino diz: “Se o fundamento da igreja é a doutrina dos profetas e dos apóstolos, e a igreja ordena os fiéis a esperarem sua salvação somente de Cristo, pergunto o que mais restará da igreja se essa doutrina for arruinada? É inevitável, portanto, que a igreja desabe onde for subvertido o único fundamento doutrinal que a sustenta, e, se a verdadeira igreja é ‘coluna e fundamento da verdade’ (1Tm 3.15), é certo que a igreja não pode subsistir onde reinam a falsidade e a mentira”. A pregação autêntica das Escrituras deve estar no centro do culto cristão, de modo que pastores e pregadores genuínos precisam se ocupar da exposição das Sagradas Letras (Tt 2.1), visto que é por meio da pregação da Palavra de Cristo que as pessoas terão acesso à fé salvadora (Rm 10.17; 1Co 1.21).

Pregadores fiéis não buscam as luzes dos holofotes, pois seu objetivo não é serem aceitos pelos homens, mas tornar Cristo conhecido (Gl 1.10). Dessa forma, a pregação verdadeiramente bíblica não deve pôr em destaque o pregador, mas sim o texto sagrado. Daí a importância de se dar atenção ao exemplo do apóstolo Paulo quando declara: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co 2.4-5).

Não devemos nos dissuadir com o linguajar doce dos falsos mestres dos nossos dias, pois, assim como os enganadores do passado, eles não passam de hipócritas que fecham o reino dos céus diante dos homens; eles mesmos não entram nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo (Mt 23.13). Por trás de sua pregação “paz e amor”, não resta nada senão inimizade com Deus.

Robson Alves


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