Sexta, 29 de Março de 2024
   
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Três Evangélicos Diferentes

Pastoral

Até onde posso enxergar, existem hoje três tipos de evangélicos: os liberais, os legalistas e os bíblicos.

Os evangélicos liberais geralmente manifestam seu liberalismo de duas formas: no campo moral e no campo teológico. Para os primeiros, não existem padrões éticos rígidos, de modo que, segundo seu entender, o cristão pode se comportar como bem quiser. Geralmente, é esse tipo de evangélico que se entrega a comportamentos sexuais impuros. É, também, esse tipo de “crente” que fala palavrões, frequenta lugares mundanos, se embriaga, mente, engana os outros e banca o espertalhão nos negócios. Indivíduos desse tipo, em regra, chamam os outros crentes de “fariseus”, “religiosos” ou “legalistas”.

Já no campo teológico, o liberalismo de muitos evangélicos se expressa no total desapego à Sã Doutrina. Aqui é preciso destacar que não estou usando a palavra “liberal” em seu sentido técnico, ou seja, no sentido geralmente usado para descrever o racionalismo teológico que vem marcando a igreja desde o século 18. Neste texto, eu uso o termo “liberal” de forma mais ampla a fim de me referir aos evangélicos que anelam viver “livres” de qualquer ensino bíblico.

Geralmente (mas nem sempre), esse tipo de crente se apega muito a tarefas assistencialistas, afirmando enfaticamente que o cristão verdadeiro é aquele que vive engajado em projetos sociais. Gente assim também tende a criticar qualquer confissão de fé, diz que as doutrinas bíblicas não servem para nada e afirma que o apego “excessivo” aos dogmas cristãos só gera debates infrutíferos. 

Um traço comum desse tipo de evangélico é que ele nutre um rancor especial contra a eclesiologia neotestamentária, dizendo repetidamente que a igreja não passa de mais uma instituição humana, talvez a pior de todas, já que tem de ser evitada a todo custo. Os crentes liberais também se dão ao luxo de escolher as doutrinas bíblicas que consideram certas. Assim, qualquer ensino dos escritores sagrados que não se encaixe no seu modo de pensar é prontamente rejeitado ou ousadamente reinterpretado para se ajustar às preferências do tal “evangélico”.

Os evangélicos liberais são perigosos porque, na maior parte das vezes, eles não são crentes de verdade e, por isso, só criam problemas para a igreja. De fato, em sua maioria, são pessoas que nunca nasceram de novo e que jamais passaram pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5). Assim, sua vida não foi transformada pela fé e sua mente não foi iluminada pela verdade. Quer ver uma prova disso? Basta pedir que essas pessoas compartilhem sua experiência de conversão. Na maior parte das vezes, elas não sabem o que dizer ou afirmam bobagens que não têm relação nenhuma com a realidade do novo nascimento.

Na outra ponta da corda evangélica estão os legalistas. Esses, segundo entendo, são minoria, mas têm visibilidade suficiente para chamar a atenção. Entre os legalistas estão os aliancistas rígidos que proíbem qualquer atividade nos “dias santos”. Recentemente, ouvi falar de um pastor que não permitia que os membros da sua igreja sequer cozinhassem no domingo (o “sábado cristão”, hehe). Também os pentecostais defensores dos “usos e costumes” entram nessa classificação, com suas proibições de que o crente vá ao cinema, use bermuda na rua ou tenha relações com a esposa no dia da Ceia.

Os legalistas são especialmente perigosos porque eles criam uma caricatura do cristianismo, baseando-o numa espiritualidade meramente exterior. Essa “espiritualidade” fajuta não produz santidade alguma e, pra piorar, ainda fertiliza o terreno onde brota a hipocrisia.

Entre os extremos do liberalismo e do legalismo estão os evangélicos bíblicos. Esses levam pedradas dos dois lados, tanto dos liberais (que os chamam de legalistas), como dos legalistas (que os chamam de liberais). Os evangélicos bíblicos são aqueles crentes de verdade que, diferente dos liberais, lutam contra seus impulsos naturais (Cl 3.5), evitam se conformar com este século (Rm 12.1-2) e brilham no meio da escuridão deste mundo (Fp 2.15). Eles também sabem o quanto a Sã Doutrina é importante para lhes dar força (Tt 2.1) e amam a igreja, vendo-a como um dos maiores instrumentos que Deus criou para protegê-los e fazê-los crescer no serviço do Reino (Hb 10.25).

Diferente também dos legalistas, os evangélicos bíblicos não se dobram a tradições mortas e, tampouco, a mandamentos de homens (Mt 15.8-9). Sua consciência é cativa apenas da Palavra de Deus e, por isso, seu testemunho é autêntico, impactante e livre de representações baratas.

Eis aí os três tipos de evangélicos que dominam o cenário religioso no nosso país e lá fora. A qual desses grupos você pertence?

Pr. Marcos Granconato

Soli Deo gloria

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