Sexta, 19 de Abril de 2024
   
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Quando Orar É Pecado

Pastoral

“Rezar faz bem!” Será? Excluindo-se a obviedade bíblica da abominação decorrente da oração dirigida a outros deuses (Js 23.16; 24.20), como a praticada em religiões orientais, pagãs ou tribais, poderia ser pecado dirigir nossas palavras e pensamentos ao verdadeiro Deus trino, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó?

Dependendo das circunstâncias em que se encontra a vida espiritual do interlocutor, a oração é enfaticamente desaconselhada pela Palavra de Deus, independentemente de um conteúdo aparentemente piedoso, pois, “se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações serão detestáveis” (Pv 28.9).

Curiosamente, um sem-número de igrejas, ostensivas inimigas da Sã Doutrina, que pululam nos becos e avenidas brasileiras, convidam diligentemente incautos telespectadores a se juntarem em fervorosas orações ao Senhor. Tal convite pode até soar piedoso, mas é, segundo as Escrituras, detestável aos olhos do Senhor, além de incorrer na contenção da benignidade divina àquele que ora: “Vejam! O braço do Senhor não está tão encolhido que não possa salvar, e o seu ouvido tão surdo que não possa ouvir. Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá” (Is 59.1,2).

Deixaremos, então, de orar com incrédulos ou com irmãos afligidos pelo pecado? Absolutamente! Todavia, as Escrituras nos advertem sobre a negligência de nos aproximarmos de Deus com o coração embebido em pecado. O que se faz necessário é, antes de até mesmo prantearmos por dores ou desejos, ensinarmos a buscar a face do Senhor suplicando por sua misericórdia. Logo, o convite a semanais sessões de “orações com poder”, sem a devida confrontação do pecado e a apresentação da graça restauradora de Deus, é uma prática perigosa.

Infelizmente, a apresentação do Evangelho verdadeiro afasta os interessados na “oração com poder”, pois o ímpio não está inclinado a se desvencilhar das paixões carnais para ser ouvido por um Deus que poderá, ainda, dizer “não” à sua súplica. Em sua mente corrompida, “temer a Deus” se torna um “negócio de alto risco”. Só um coração humilde debaixo da mão de Deus deseja ser ouvido por Deus, independentemente da resposta que receberá, pois sabe que benignidade e sabedoria são atributos divinos que excedem muito mais aquilo que pedimos ou pensamos (Rm 8.28; Ef 3.20).

Portanto, vale atentar para cinco situações em que, basicamente, nossas orações deixam de ser ouvidas por Deus:

1. Quando abrigamos pecados inconfessos, de qualquer natureza, em nosso coração: “Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria” (Sl 66.18).

2. Quando nutrimos rancor por alguma pessoa que nos ofendeu: “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados” (Mc 11.25).

3. Quando suplicamos a Deus por motivos carnais: “Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres” (Tg 4.3).

4. Quando faltamos com sabedoria, honra e respeito em relação ao cônjuge: “Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil, de forma que não sejam interrompidas as suas orações” (1Pe 3.7).

5. Quando nutrimos um vacilante conceito de Deus e não temos fé genuína para crer que a sua soberania está acima de todas as coisas visíveis e invisíveis: “Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Não pense tal pessoa que receberá coisa alguma do Senhor, pois tem mente dividida e é instável em tudo o que faz” (Tg 1.6-8).

Enfim, sempre estamos preparados para que Deus ouça nossas orações. Entretanto, estamos preparados para ouvir o que sua Palavra tem a nos dizer? Como o Rei Jesus advertiu: “Quem tem ouvidos que ouça”. Como estão suas audiências com o Rei?

Leandro Boer
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