Sexta, 29 de Março de 2024
   
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Provérbios 29.19,21

  

Provérbios 29.19,21

“Meras palavras não bastam para corrigir o escravo; mesmo que entenda, não reagirá bem. [...] Se alguém mima seu escravo desde jovem, no fim terá tristezas” (Pv 29.19,21 NVI).

Fiz uma compra em uma loja de materiais de construção e fiquei perplexo com o que presenciei. A certa altura do meu pedido, o dono do depósito surgiu e falou gentilmente com o vendedor que estava me atendendo que ele fizera um procedimento errado em uma documentação. Em vez de o funcionário dizer algo como “sim, senhor”, ele teimou que aquele procedimento era desnecessário. O patrão novamente explicou, com muita paciência, a razão daquele método, mas o funcionário falou de um modo que não revelava respeito, mas rebeldia. Então, o patrão olhou bem pra ele e, ignorando a minha presença, disse: “Ou você faz o que eu estou mandando sem abrir essa sua boca grande para contestar ou pode procurar agora o departamento de pessoal”. Nesse momento, o funcionário finalmente disse “sim, senhor”.

Quando tudo isso aconteceu, meu primeiro impulso foi querer sair dali, pois fiquei constrangido com a situação. Mas, depois, acabei tomando tudo aquilo como uma lição de sujeição que todo subordinado tem de ter em relação ao seu superior. Na verdade, Salomão ensinou a mesma lição dizendo que “meras palavras não bastam para corrigir o escravo”. Sabendo que a escravidão no Oriente Médio Antigo era geralmente diferente da que ocorreu no Brasil no período colonial, podemos comparar esse “escravo” como o “empregado” atual. Assim, o que o rei sábio aponta é uma eventual — para não dizer costumeira — atitude do empregado marcada por insubordinação e irresponsabilidade. Por isso, a conversa que iguala o funcionário ao patrão muitas vezes é ineficaz, pois, “mesmo que entenda, não reagirá bem”, ou seja, o funcionário não mudará seu procedimento. É por isso que o patrão tem de agir como um líder superior e não como um amigo — não que isso não revele que o patrão é bondoso, mas sim porque há muita gente que abusa de qualquer bondade que lhe seja rendida.

É por isso que, dois versículos adiante, o escritor volta a tocar no assunto e, ao que tudo indica, o faz de maneira ainda mais clara ao dizer que, “se alguém mima seu escravo desde jovem, no fim terá tristezas”. Mais uma vez Salomão aborda a questão da bondade excessiva de um patrão que recebe como resposta ingratidão e desobediência do empregado. É claro que, quando esses provérbios foram dados, tinham como alvos primários os patrões a fim de instruí-los sobre o modo como não deviam agir. Mas nem todos são patrões, pelo que essa aplicação é limitada a um grupo. Porém, outro aspecto é mais amplo e deve falar com cada servo de Deus, a saber, que nenhuma pessoa pode abusar do bom trato alheio. Apesar de esses provérbios generalizarem os empregados, é certo que há muitos deles que não agem assim, mas são dedicados, fiéis e responsáveis. É exatamente assim que os crentes em Cristo devem agir, independente se recebem de seus superiores bondade ou pressão. Paulo completa tal ensino dizendo: “Obedeçam a seus senhores terrenos com respeito e temor, com sinceridade de coração, como a Cristo. Obedeçam-lhes não apenas para agradá-los quando eles os observam, mas como escravos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus” (Ef 6.5,6). O verdadeiro patrão dos salvos certamente recompensará atitudes assim.

Pr. Thomas Tronco

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