Quinta, 28 de Março de 2024
   
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Provérbios 25.21,22

  

Provérbios 25.21,22

“Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele e o Senhor recompensará você” (Pv 25.21,22 NVI).

Na faculdade eu tive uma matéria chamada Estudo do Homem Contemporâneo. Quando chegou o assunto relativo ao relacionamento do homem com Deus, o professor foi brilhante ao apresentar argumentos em favor da existência de Deus e da identidade do cristianismo. Entretanto, ele defendeu uma teoria herética tecida por Teilhard de Chardin que acabou me enfurecendo. Na prova final, eu acertei todas as perguntas sobre Deus e sobre religiões. A última questão envolvia a teoria herética, à qual respondi com exatidão, completando com palavras muito duras dirigidas ao professor. Entreguei a prova e fiquei esperando sua reação. O professor, então, leu a prova toda na minha frente e, com um sorriso simpático, disse-me: “Parabéns! Você tirou nota 10”. Para ser sincero, até hoje eu me lembro com pesar de que fui extremamente duro e ríspido com alguém que me tratou com delicadeza e educação.

Mais uma vez, o Antigo Testamento anda na contramão da cultura popular e desencoraja a vingança, assim como é feito desde a lei mosaica para espanto de muitos (Lv 19.18). Aqui não é diferente, pois, como diz Salomão, “se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber”. Ele fala de uma situação perfeita para uma vingança, já que o inimigo sofre nas mãos das circunstâncias, sem que o homem vingativo possa ser acusado de ser causador do mal. Porém, isso é exatamente o que o rei sábio desaconselha, ensinando a fazer o contrário. Ele orienta o servo de Deus a tomar sobre si o custo de ajudar o inimigo dando-lhe o que lhe falta. Como a ética divina é diferente da ética mundana! Entretanto, isso não é feito ignorando o mal cometido pelo outro, pelo que o texto diz que “fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele”. Poucos textos da Bíblia são mais mal-interpretados que esse. De juízo a bênçãos celestiais, já ouvi todo tipo de interpretação a respeito das “brasas vivas”.

Mas não se podem culpar os leitores da Bíblia pelas muitas interpretações que dão ao termo, pois a figura de linguagem não é tão clara como se gostaria. Entretanto, há um consenso de que o sentido natural da expressão nesse contexto se refere ao remorso sentido pelo inimigo que recebe o bem como pagamento pelo mal que causou ao outro. A vergonha e o peso na consciência, por ter agido mal com alguém que não merecia tal tratamento, ardem em sua mente e servem até mesmo a fins didáticos, ensinando-o a ser bom e a conter sua maldade. De qualquer modo, o servo de Deus deve seguir esse conselho mesmo quando os maus continuam a agir mal, pois o faz em obediência a Deus. Segundo ensina Salomão, agindo assim, “o Senhor recompensará você”. Isso significa que Deus tem o desejo de ver seus filhos sendo bons em obediência à sua Palavra e buscando a glória do seu santo nome. O gosto da vingança, que é má, dura algum tempo, mas a aprovação de Deus, que é maravilhosa, dura para sempre. Qual você prefere?

Pr. Thomas Tronco

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