Quinta, 18 de Abril de 2024
   
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‘Até os Confins da Terra’: Como Surgiram os Continentes?

Se ao olhar o mapa-múndi você já teve a impressão de que a costa brasileira se encaixa perfeitamente com a costa ocidental da África, como duas peças de um grande quebra-cabeça, saiba que foi exatamente dessa interpretação que surgiu a teoria das placas tectônicas.

No século 19, o geógrafo francês Antonio Snider, tendo lido Gênesis 1.9,10 e analisado os perfis geológicos e os sítios fossilíferos das duas costas, cogitou que houve um supercontinente que deu origem, pela ação catastrófica do dilúvio descrito em Gênesis, aos cinco continentes que hoje conhecemos. Todavia, sua teoria passou despercebida, talvez porque ele a tenha publicado, coincidentemente, no mesmo ano em que Charles Darwin publicou A Origem das Espécies (1859). Além disso, ele o publicou apenas em francês — o que, possivelmente, limitou ainda mais o seu acesso. De qualquer modo, por causa do best-seller de Darwin, publicações que tratavam da perspectiva bíblica da criação do mundo não atraíam mais a atenção das pessoas como antes.

Todavia, a teoria criacionista de Antonio Snider, destituída de qualquer relação com o dilúvio, foi amplamente desenvolvida e adotada pela comunidade científica na década de 1960. Agora, porém, é mantida debaixo de pressuposições uniformitarianistas, as quais defendem que a separação dos continentes se deve, sim, ao movimento de placas tectônicas em que os continentes estão apoiados, mas de forma lenta e gradual ao longo de milhões de anos. Como os continentes ainda hoje se movimentam lentamente (de dois a quinze centímetros por ano), o uniformitarianismo defende que essa taxa se manteve relativamente constante por muito tempo e, conhecendo-se a distância entre os continentes de hoje, calcula-se que o supercontinente tenha existido há milhões de anos.

Ao contrário do que aprendemos nas escolas, o uniformitarianismo é sustentado apenas parcialmente pelas evidências científicas que vêm sendo coletadas nos últimos anos. Constatações de mudanças erráticas e rápidas da polaridade magnética avaliadas em perfurações oceânicas com magnetômetros e a geologia de regiões como o Peru, Chile e as Ilhas Aleutas (Alasca) são compatíveis com uma atividade tectônica rápida compreendida pelo catastrofismo. Dessa forma, os achados geológicos são compatíveis com um modelo híbrido em que parece ter havido um rápido movimento de subducção de placas (um movimento convergente de placas tectônicas em que uma placa desliza por baixo de outra causando frequentemente terremotos e atividade vulcânica) seguido por movimentos lentos dessas mesmas placas. O dilúvio descrito em Gênesis concilia belamente esse modelo híbrido em que há um abrupto movimento de placas (início do dilúvio) seguido por um lento movimento das mesmas placas em que as águas escoariam dos continentes, arrastando uma enorme quantidade de sedimentos para os oceanos.

Como um evento dessa magnitude não pode ser reproduzido, a única maneira de o analisarmos é por meio do uso de modelos 3D em supercomputadores. Assim, em 1993, o Dr. Steve A. Austin elaborou um modelo que é tido como um dos melhores disponíveis para retratar o que pode ter acontecido durante o dilúvio de Gênesis.

Nesse modelo, o movimento das placas é iniciado por rachaduras no assoalho oceânico adjacente ao supercontinente que fez com que esse assoalho, mais denso e frio que o manto abaixo, penetrasse-o, causando deformidades e consequente aumento da velocidade de subducção. O manto quente, por sua vez, entrando em contato com a água, geraria uma vultosa evaporação em forma de jatos de vapor, os quais espirrariam a água na atmosfera ao longo de 70 mil quilômetros, levando à sua precipitação sobre a superfície da Terra como chuva. Quanto a isso, a Bíblia diz: “No dia em que Noé completou seiscentos anos, um mês e dezessete dias, nesse mesmo dia todas as fontes das grandes profundezas jorraram, e as comportas do céu se abriram. E a chuva caiu sobre a terra quarenta dias e quarenta noites” (Gn 7.11,12). Em seguida, “as fontes das profundezas e as comportas do céu se fecharam, e a chuva parou” (Gn 8.2).

Dessa forma, a duração da chuva de “quarenta dias e quarenta noites”, descrita em Gênesis, provavelmente ocorreu enquanto as placas estavam em processo de subducção. Ademais, nesse modelo, o oceano, por estar em contato com o manto quente, diminuiria sua densidade comparada ao oceano pré-diluviano e atingiria um nível mais de mil metros acima do anterior, concordando com o texto bíblico que diz: “Quarenta dias durou o Dilúvio sobre a terra, e as águas aumentaram e elevaram a arca acima da terra. As águas prevaleceram, aumentando muito sobre a terra, e a arca flutuava na superfície das águas. As águas dominavam cada vez mais a terra, e foram cobertas todas as altas montanhas debaixo do céu. As águas subiram até quase sete metros acima das montanhas” (Gn 7.17-20).

As águas não apenas invadiriam o supercontinente que seria dramaticamente alterado, mas ainda carregariam consigo uma enorme quantidade de sedimentos e organismos marinhos que encontramos fossilizados em todos os continentes de hoje. Uma vez que o processo de subducção estivesse terminado, o fundo oceânico deixaria de se aquecer, aumentaria sua densidade e o assoalho oceânico formaria gigantescas bacias e reservatórios que receberiam as águas que ainda estavam em processo de escoamento, reconfigurando montanhas, vales, planícies e tudo que podemos ver hoje em nossos continentes. Não coincidentemente, Moisés escreveu que “as águas foram baixando pouco a pouco sobre a terra. Ao fim de cento e cinquenta dias, as águas tinham diminuído, e, no décimo sétimo dia do sétimo mês, a arca pousou nas montanhas de Ararate” (Gn 8.3,4).

Com uma catástrofe de proporções globais, Deus trouxe juízo à Terra que já estava inundada, não de água ou sedimentos, mas de violência e imoralidade. Nossos continentes foram formados, aumentando a distância entre as pessoas que posteriormente se espalharam e repovoaram a Terra conforme Deus havia ordenado. Todavia, ainda que a distância geográfica tenha aumentado entre os continentes e seus povos, Deus, por seu grande amor, misericórdia e graça, encurtou tal separação no coração dos homens quando Jesus Cristo ordenou: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas” (Mc 16.15).

Ev. Leandro Boer

 

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