Quinta, 28 de Março de 2024
   
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Gangues de Igreja

Pastoral

Incrédulos e apóstatas existem em toda parte. Qual a diferença entre um e outro? A diferença é que os incrédulos nunca tiveram fé em Cristo. Já os apóstatas tiveram, mas foi aquela fé natural, ilusória e passageira que não salva ninguém, igualzinha à descrita na Parábola do Semeador, quando fala da semente que caiu em solo pedregoso (Mt 13.20,21). Essa é a diferença entre os dois — uma diferença histórica, mas não essencial. No fundo, os dois são incrédulos e, no fim, os dois vão para o inferno.

Como eu disse, essa gente existe em toda parte. Contudo, tem um tipo de incrédulo e de apóstata que se aloja na igreja! Isso mesmo... Na igreja! (Veja uma descrição deles em Judas 1). Esse fato sempre foi um mistério pra mim. Eu me perguntava: “Por que eles frequentam as reuniões do povo de Deus?” ou “O que querem entre nós?”.  A presença deles entre os santos não fazia sentido para mim. Há tantas opções por aí que atendem suas inclinações e desejos? Por que permanecer na congregação dos justos?

A Parábola do Joio me ajudou a obter algumas respostas. Nessa parábola, a gente aprende a identificar quem planta esse povo ruim nos campos do Senhor. De fato, o texto bíblico diz que o diabo é o inimigo que cultiva o joio no meio do trigo (Mt 13.37-39). Isso mostra de onde vem o impulso que leva os incrédulos e apóstatas igrejeiros a frequentar os cultos de domingo. É claramente o mover de Satanás que os sustenta nesse “zelo”. Ora, a partir daí dá pra imaginar quais são as razões pelas quais essas pessoas se infiltram no meio dos crentes.

Obviamente, Satanás mantém incrédulos e apóstatas dentro da igreja para danificá-la e reduzir sua qualidade. Assim como a presença do joio semeado entre o trigo faz com que a plantação fique feia, fraca e com baixa qualidade, também as pessoas que Satanás planta na igreja a fazem enfraquecer e sofrer. E é isso o que o diabo quer. Por isso, essas pessoas ficam na igreja, mesmo tendo outras opções que correspondem melhor ao seu caráter e expectativas.

Com efeito, incrédulos e apóstatas têm muitas opções de envolvimento social por aí. Em anos recentes, surgiram opções até para apóstatas não assumidos. Sim, note que há igrejas evangélicas hoje em dia que não têm nada de cristãs. Pregam heresias, divulgam uma ética frouxa, aprovam comportamentos sujos, anunciam como divinas certas coisas com que os escritores bíblicos jamais sonharam... Essas igrejas são excelentes alternativas para os apóstatas não assumidos e, muitos deles, não suportando mais a Palavra pura pregada em comunidades sérias, correm para esses grupos. Ali eles se enganam, dizendo que não estão desviados, mas que somente foram para outra igreja. No entanto, a gente sabe que são apenas pseudocristãos, vivendo uma pseudoespiritualidade, frequentando pseudoigrejas e se deleitando em pseudoevangelhos pregados por pseudopastores.

Infelizmente, nem todos os incrédulos e apóstatas igrejeiros vão para essas comunidades. Ilustrando o que ensina a Parábola do Joio, muitos deles permanecem dentro de igrejas sérias, formadas por crentes de verdade e ali realizam a tarefa de corromper crianças, desviar jovens, produzir contendas, construir um ambiente pesado, perturbar cultos e estudos bíblicos, afastar visitantes interessados na mensagem bíblica, criticar tudo que é feito e denegrir o evangelho.  

Conheci gente assim nas igrejas de que fiz parte ao longo da vida. Vi em ação os membros do submundo eclesiástico — agentes do diabo embutidos no ajuntamento dos crentes. Sim, vi um adolescente interessado no evangelho se afastar das reuniões dominicais por sofrer bulling por parte de uma dupla de garotos insolentes que eram membros da igreja; vi meninos serem conduzidos a práticas homossexuais por três ou quatro canalhas que estavam na igreja somente para perverter inocentes; vi jovens saírem dos cultos e irem aprontar o “diabo a quatro” pela noite afora, levando consigo outros jovens da igreja que os acompanhavam para serem aceitos pelo grupo (quando estes, percebendo o perigo, tentavam depois se afastar, foram pressionados, ridicularizados e desprezados por aqueles safados); vi uma moça ser levada para a bebida pelo próprio casal de líderes de adolescentes (os pais só descobriram o problema porque uma noite foram surpreendidos pela notícia de que a filha estava no hospital em coma alcoólico); vi jovens serem apresentados ao mundo das drogas dentro da própria igreja por pilantras travestidos de cristãos que iam aos cultos todo domingo; vi passeios, acampamentos, programas especiais e até vigílias de oração serem totalmente prejudicados e destruídos por causa da atuação de homens perversos e mulheres indecentes que se embrenharam na membrezia da igreja com o único objetivo de perturbar, arrumar encrenca, banalizar e devastar tudo.

Sem dúvida, coisas desse tipo acontecem com frequência, pondo toda a igreja em risco. O pior é que os incrédulos e apóstatas igrejeiros se unem. Muito depressa eles se reconhecem em meio à multidão e, então, formam grupos, verdadeiras gangues do mal integradas por senhoras, homens, casais, jovens e até crianças — gangues variadas que fazem tudo que é contrário aos valores do Reino e ao reto ensino da Palavra, mas que, mesmo assim, permanecem na igreja, às vezes (pasmem!) ocupando cargos importantes.

O que fazer diante de um problema tão grave assim? Se você faz parte de uma igreja em que o pastor não tem pulso para usar o cajado e proteger o rebanho dessas matilhas perigosas, então proteja a si mesmo. Na igreja em que os lobos não são postos pra correr, quem tem de correr são as ovelhas. Por isso, afaste-se dessas malditas gangues eclesiásticas. Fuja delas o quanto puder. Não faça parte do seu grupo, não participe de seus encontros, de suas conversas ou de seus passeios. Quando fizer isso, não estranhe, pois essas pessoas vão zombar de você, desprezá-lo e até caluniá-lo. Mesmo assim, fique longe, mantendo comunhão somente com os que de coração puro invocam ao Senhor (2Tm 2.22).

Lembre-se: o Salmo 1 diz que os ímpios não prevalecerão na congregação dos justos (Sl 1.5) e Jesus afirmou que “naquele dia” o joio será removido do meio do trigo e, enfim, queimado (Mt 13.40). Enquanto, porém, nada disso acontece, cuide de si e alerte os seus irmãos. Os prejuízos que as gangues de igreja podem trazer para a sua vida e a de outros crentes podem ser irreparáveis. Não pague pra ver.

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

 

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