Quinta, 28 de Março de 2024
   
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Provérbios 20.14

  

Provérbios 20.14

“‘Não vale isso! Não vale isso!’, diz o comprador, mas, quando se vai, gaba-se do bom negócio” (Pv 20.14 NVI). 

Há cerca de uma década tive uma aula indelével sobre negociação de carros. Acompanhei um colega até uma agência de carros usados, pois ele queria vender seu veículo e comprar um novo. Porém, o rapaz da agência disse ter encontrado muitos defeitos, passando a alistá-los. Para cada suposto defeito, ele também informava quanto gastaria no concerto antes que pudesse vender o carro. Por isso, ofereceu um valor muito menor que o de mercado. Meu colega ficou convencido dos defeitos e, como já tinha ido a várias agências, decidiu vender muito mais barato do que valia. Imagine minha surpresa quando, no dia seguinte, passei em frente à agência e lá estava o carro à venda, lavado e encerado, mas sem qualquer reparo. O preço era quase o dobro daquele pelo qual foi vendido. Quando perguntei a um vendedor sobre as condições do carro, a resposta foi: “Esse carro está perfeito. É ‘filé!’”.

Parece que Salomão escreveu esse provérbio pensando nesse caso. Mas isso, infelizmente, não é verdade. Digo “infelizmente” porque o fato é que é muito comum ver cenas como essa no nosso dia a dia. A verdade é que todos nós temos o hábito de menosprezar os bens que desejamos durante a negociação. Dizemos que está caro demais, que o produto não vale tanto e que a concorrência tem um preço melhor, condizendo com o que Salomão afirmou ser o hábito do comprador: “Não vale isso! Não vale isso!”. Um ditado popular paralelo ensina que “quem desdenha quer comprar”. O problema é que muita gente ultrapassa os limites das negociações corriqueiras e lança mão de meios desonestos. Infelizmente, temos uma cultura que enaltece a “esperteza” e a famosa lei de levar vantagem em tudo. É assombroso saber que mesmo entre crentes isso é muito popular. Prova disso é que, a mesma pessoa que enche o produto de defeitos antes de o comprar, depois “gaba-se do bom negócio”, revelando que sabia estar adquirindo algo bom enquanto dizia ser ruim.

Vários alertas chamam a atenção dos leitores. Em primeiro lugar, o alerta de que, ao vender um produto, é natural que os compradores queiram demonstrar menosprezo com a intenção clara de baixar o preço. Nenhum homem sábio pode fechar negócios por impulso ou se deixar levar por qualquer comentário depreciativo do comprador sem antes pensar bastante e ouvir conselhos de pessoas entendidas e de confiança. Em segundo lugar, é nítida a reprovação bíblica a esse tipo de atitude, ainda que o mundo o considere esperteza e haja até quem se gabe de passar os outros para trás. O fato é que Deus preza muito a justiça e odeia mentiras de todos os tipos, incluindo sugestões enganosas com intenção de lesar outras pessoas em benefício próprio. Se não há uma instância humana que cuide de truques comuns de negociação, Deus conhece cada coração, cada tática e cada intenção, sendo ele o justo juiz que pune o mal. Portanto, não desdenhe da capacidade de Deus de julgar trapaças.

Pr. Thomas Tronco

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