Sexta, 19 de Abril de 2024
   
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O Culto Cristão

De todos os aspectos da vida da igreja cristã, o culto é o mais importante. É no culto que a presença atuante de Deus se focaliza, instruindo, corrigindo, consolando e transformando vidas, já que o Senhor habita não somente no corpo físico do crente (1Co 6.19), mas também (e especialmente) na comunidade dos salvos que se une para servir e adorar (1Co 3.16,17; Ef 2.21,22; 1Pe 2.5).

É no culto que o nome de Deus é exaltado em cânticos e orações, com a força que decorre da união de vozes, pensamentos e corações: “Engrandecei o Senhor comigo, e todos, à uma, lhe exaltemos o nome” (Sl 34.3).

É no culto que a plenitude espiritual dos adoradores se expressa em salmos, hinos e ações de graça: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.18-20).

É, finalmente, no culto verdadeiramente cristão que o alimento espiritual é distribuído aos crentes por meio da pregação da Palavra viva que nutre, vivifica, ensina e admoesta: “Jesus, porém, respondeu: ‘Está escrito: não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’” (Mt 4.4); “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16).

Sendo assim, tão importante, o culto deve ocupar lugar central na vida do homem redimido. Na verdade, tantos quantos forem os cultos realizados na igreja de Deus, tantas devem ser as participações dos crentes nesses eventos sagrados, sob pena de sua vida cristã minguar, seu crescimento espiritual desacelerar e sua força contra o mundo, contra a carne e contra o diabo entrar em declínio.

Também se deve destacar que, sendo tão central na vida da igreja, o culto deve ser realizado dentro de critérios instituídos pelo próprio Deus, bem como ser composto por elementos fixados na Bíblia. Ora, à luz das Escrituras, o crente aprende que o culto ao Deus verdadeiro não deve ser maculado com o uso de imagens de escultura (Ex 20.4-6), que tal culto se torna vão quando mesclado com ensinamentos que não passam de regras inventadas por homens (Mt 15.8,9; Cl 2.20-23), que o Deus trino é o alvo exclusivo da adoração, não podendo o louvor dos adoradores ser dirigido a nenhum outro (Mt 4.10), que o culto cristão dispensa o valor dado a templos de madeira, cimento e pedra (Jo 4.21-23), que a adoração deve partir do íntimo do indivíduo, sendo verdadeira e sincera (Jo 4.24), que o culto deve ocorrer num ambiente marcado por decência e ordem (1Co 14.40), que o crente que cultua deve ter a alma mergulhada em reverência e santo temor (Hb 12.28,29) e que o culto genuíno deve ser oferecido a Deus por meio de um mediador, o qual é Jesus Cristo (Ef 2.18; 1Tm 2.5). 

Se a totalidade dessas prescrições for levada a sério, nenhum espaço continuará a existir nas igrejas para a realização de danças, para homenagens a este ou aquele indivíduo (pastores, líderes, políticos, etc.), para a espontaneidade desregrada, para apresentações humorísticas, para supostos exorcismos e para inúmeras outras práticas carentes de amparo bíblico. Em lugar dessas coisas, o culto a Deus será constituído essencialmente de pregação, oração, louvor e dádivas.

A Pregação

Nenhum crente instruído e maduro duvida da centralidade da pregação na vida da igreja de Deus. Na verdade, qualquer cristão bem preparado considerará a proclamação pública da Palavra um sinal infalível da verdadeira igreja, sendo por meio dela que as ovelhas são buscadas, curadas e alimentadas, enquanto os lobos são feridos, assustados e afugentados.

Infelizmente, porém, de todos os componentes do culto verdadeiro, talvez esse seja o mais negligenciado no contexto do evangelicalismo moderno.

Para evitar que as coisas permaneçam nesse lamentável estado, é necessário que os pastores de hoje recuperem a doutrina paulina da proclamação, elevando a pregação a um alto patamar dentro do culto cristão e tornando-a novamente o núcleo da liturgia. 

Como, porém, isso pode ser feito? Em primeiro lugar, o ministro de Cristo deve desenvolver uma visão da pregação que, no mínimo, a reconheça como um dos aspectos principais do trabalho pastoral (1Tm 4.13) e a conceba como o veículo ordenado por Deus para a salvação dos perdidos (Rm 10.17; 1Co 1.21; Tg 1.18) e instrução dos crentes (2Tm 4.2). A isso o pregador deve acrescentar a noção de que, quando proclama fielmente a Palavra, é como se Deus falasse por seu intermédio, transformando-o num porta-voz e embaixador do céu (2Co 5.20; 1Ts 2.13).

Munido dessas verdades, o pregador cuidará para que sua mensagem não seja uma exposição acadêmica e estéril de filosofias humanas ou de teorias seculares (1Co 2.4-7). Em vez disso, lerá e exporá os textos da Bíblia. Se pregar regularmente numa igreja, poderá expor aos poucos livros bíblicos inteiros, apontando o assunto sobre o qual cada passagem trata, explicando suas dificuldades, destacando os ensinos doutrinários que dali emanam, ilustrando de forma vívida e didática as lições principais, detectando o que o autor quis produzir na mente e na vida dos leitores originais e, talvez o mais importante, mostrando como o texto exposto pode ser aplicado à realidade dos crentes atuais, mudando seu modo de pensar e de viver e transformando-os em pessoas dotadas de caráter semelhante ao de Jesus. Esse último aspecto é de importância vital porque não basta que a pregação seja doutrinariamente sadia. Ela deve também ser prática e aplicável, gerando benefícios palpáveis para o dia a dia dos santos.

Ao preparar um sermão assim, o mensageiro deve evitar a cópia completa de outros pregadores, isto é, o tipo de homilia que apenas reproduz o que diferentes teólogos disseram ou escreveram. Mesmo sendo necessário que o pastor pesquise muito todas as fontes disponíveis, é também importante que ele mesmo desenvolva, à luz do texto, suas próprias observações e reflexões, contando para isso com o auxílio de Deus buscado em oração.

No tocante à forma como é transmitida, isto é, à sua entrega, a pregação deve aflorar com linguagem clara para que a mensagem seja compreendida por todos, desde o mais simples ao mais letrado. No dizer de Calvino, ao pregar, o pastor deve ser “como um pai repartindo o pão em pequenos pedaços para alimentar seus filhos”.

Cuidando para que seja assim, o pregador não deve entediar os ouvintes com elucubrações confusas, longos devaneios e argumentações complexas. Deve, pois, evitar a mistura de assuntos, os rodeios que não chegam a lugar nenhum, os apelos prolongados e insistentes que não produzem nada e o falar monótono, morosamente cadencial e enfadonho, pois um dos erros mais trágicos do pregador é tornar a Palavra de Deus coisa enfadonha aos ouvintes. Aliás, sabendo disso, é importante também que o mensageiro cristão tenha tato para perceber quando está sendo cansativo e quando já passou da hora de se calar. Em tudo, pois, deve cuidar para, como porta-voz de Deus, dar com entusiasmo, dinamismo, clareza e sabedoria o recado que seu Senhor ordenou que desse.

Ainda no tocante à entrega, o discurso santo admite o uso do bom humor e até da ironia (1Rs 18.27; 1Co 4.8-10). Contudo, não pode ocorrer de o pregador trazer sobre si a fama de palhaço. A figura do pastor bufão, que todos anelam escutar para dar boas risadas, não é salutar, pois ao ministro de Cristo não é adequada a tarefa de divertir os ouvintes ou de deleitá-los continuamente com gracejos. Ainda que o humor inteligente e saudável tenha seu lugar na pregação como um artifício de retórica, isso não deve, em hipótese alguma, ser dominante durante a homilia. Muito menos deve o pregador fazer do púlpito palco para piadas de duplo sentido (Ef 5.4). Aliás, nunca deve usar linguagem deselegante em suas mensagens (1Tm 4.12; Tt 2.7,8), nem tampouco fazer do sermão um veículo para atacar covardemente pessoas da igreja por quem nutre antipatia.

É necessário dizer, finalmente, que, enquanto prega, o arauto de Deus não deve se preocupar se está agradando ou não os homens, mas sim se está sendo leal àquele que o enviou. Isso não significa que o pregador tem licença para ser agressivo ou grosseiro, mas sim que ele deve evitar o discurso político que foge do que a Bíblia diz com medo de incomodar os incrédulos e os que vivem no erro (Gl 1.10).

O pregador que fugir do desejo de aprovação geral, for fiel ao ensino bíblico e sábio na entrega de suas mensagens precisa saber que nem sempre será ouvido pela maioria (Jo 12.37,38; Rm 10.16). De fato, muitos escutarão a mensagem, mas isso não lhes será de proveito nenhum, pois não crerão nela (Hb 4.2) e não a colocarão em prática (Tg 1.22-24).  Por isso, o pregador deve lembrar que o sucesso do mensageiro de Cristo não pode ser medido pela recepção que tem junto aos homens, mas sim pelo seu grau de fidelidade ao Senhor que o enviou para fustigar o coração dos maus com o aguilhão do bem.

O Louvor Cantado

A arte cristã tem várias formas de expressão. A pintura, a escultura, o teatro e a literatura são aspectos da realização artística por meio dos quais os crentes de talento têm manifestado suas percepções acerca de Deus, de sua Palavra e de sua obra de forma tocante, original e criativa.

Com efeito, o cristianismo, desde os seus primórdios, encontrou na arte um aliado tanto para a tarefa de estímulo à devoção como para o trabalho de comunicação da fé. Uma das evidências mais curiosas disso encontra-se nas antigas catacumbas de Roma. Nas paredes subterrâneas desses imensos cemitérios cristãos existem pinturas datadas entre os séculos 2 e 4, ilustrando momentos da vida da igreja como o batismo e a eucaristia, ou destacando temas ligados à fé como a figura do Bom Pastor ou a pombinha que foi solta por Noé e que retornou à arca com um raminho de oliveira no bico, símbolo da alma redimida chegando ao Paraíso.

Em que pese a importância de toda forma de arte para a comunicação da fé, é exclusivamente na música que o talento artístico encontra sua forma de expressão cultual. Sim, pois por intermédio da música, a igreja reunida entoa louvores e eleva o coração a Deus em tocante adoração, proclamando os gloriosos atributos do Senhor e anunciando seus feitos maravilhosos. Por isso, o louvor cantado tem lugar de extrema importância no culto cristão, sendo, inclusive, estimulado nos escritos do Novo Testamento (Ef 5.19; Cl 3.16).

Toda forma de arte, porém, para ser plenamente aceita e desfrutada pelo crente, deve apresentar três qualidades: excelência, isto é, não pode ser malfeita ou isenta de qualquer demonstração real de talento; legitimidade, ou seja, não pode ser um simples plágio de outras obras; e veracidade. Essa última qualidade deve ser considerada a mais importante para o crente, pois significa que a obra artística tem de dizer ou representar a verdade, jamais promovendo qualquer forma de crença, ideia ou filosofia mentirosa. Ora, essas três qualidades precisam ser levadas seriamente em conta pela igreja na escolha dos hinos que decide cantar durante seus cultos. Caso contrário, a santa adoração será gravemente ameaçada pela feiúra, pelo ridículo e pela mentira.

A prática do louvor na igreja de Deus deve também assumir um estilo ordeiro e moderado. É aceitável o uso de qualquer instrumento musical, mantendo sempre, contudo, o caráter solene e majestoso que é apropriado ao culto prestado ao Deus soberano. De fato, o louvor, bem como cada momento do culto realizado na presença do Senhor, precisa ser marcado por decência e ordem (1Co 14.40). Isso porque a preocupação de cada crente maduro consiste em adorar a Deus “de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hb 12.28,29).

Em busca do equilíbrio, a igreja de Deus deve entoar tanto cânticos avulsos como hinos dos hinários tradicionais, tais como o Cantor Cristão, o Hinário para o Culto Cristão e a Harpa Cristã. Pelo fato de a igreja de Cristo ser uma comunidade composta de pessoas de diversas idades, origens e formações, é necessário estabelecer uma liturgia equilibrada, na qual todos os crentes se sintam bem.

Em nosso país, uma tradição evangélica antiga considera o bater palmas pouco recomendável durante o cântico dos hinos. As palmas, porém, não devem ser absolutamente proibidas, uma vez que não há amparo bíblico para essa restrição. Contudo, deve-se cuidar para que o uso constante e desordenado dessa forma de participação congregacional não conflite com a reverência que deve existir diante do Deus santo e majestoso.

Ademais, conforme dito, a igreja do Senhor é uma comunidade mista, composta por pessoas de diferentes percepções, havendo, inclusive, aquelas que se escandalizam com a prática de bater palmas. Essas pessoas, como preciosas ovelhas de Cristo, têm de ser respeitadas em seus sentimentos e reações, pois, segundo o ensino apostólico, age contra o amor aquele que faz deliberadamente qualquer coisa que deixe um irmão entristecido ou incomodado (1Co 8.12-13).

O levantar as mãos durante os cânticos não é prática comum nas igrejas mais tradicionais. Não obstante, esse gesto esteja presente na Bíblia associado ao juramento (Gn 14.22,23; Dn 12.7; Ap 10.5,6), à oração (Sl 28.2; 77.2; 88.9; 141.2; Lm 2.19; 3.41,42; 1Tm 2.8) e ao louvor (Ne 8.6; Sl 63.4; 134.2), a igreja zelosa deverá ter cautela ao usá-lo. Isso porque a boa igreja precisa preservar os traços de sua identidade, mostrando-se diferente das inúmeras seitas atuais que se autodenominam evangélicas. Nessas seitas, os frequentadores ficam quase o tempo todo de mãos levantadas sem ter a menor noção do significado disso ou movidos por ideias supersticiosas, sendo necessário que a igreja verdadeira evite ser confundida com movimentos assim.

É sabido que levantar as mãos ao Senhor é o mesmo que dizer: “Pai, olhe minhas mãos; elas estão limpas de pecado. Também nelas não há nenhum recurso que eu possa usar na difícil situação em que me encontro. Elas estão totalmente vazias! Por isso, ouve a minha súplica!”. Sabe-se também que levantar as mãos é uma expressão física que simboliza o desejo de alcançar a Deus (Sl 143.6), o seu perdão, o seu favor ou os seus ensinos (Sl 119.48).

Conhecendo os sentidos desse gesto, nada há que impeça o crente de manifestá-lo em suas orações ou expressões de louvor. Tão somente os membros da igreja séria devem ser orientados a que sejam criteriosos e sensíveis durante o culto público a fim de que, com tato em bom senso, evitem dúvidas e confusões ao adotar gestos assim.

Considerando tudo isso, é fácil concluir que, em seu louvor cantado, a prática da igreja de Deus deve revelar profunda preocupação em manter bem nítidas as distinções entre o culto dos cristãos sérios, os ritmos do mundo enlouquecido e as sandices das seitas ignorantes, oferecendo sempre a Deus um cântico digno de sua majestade, marcado por beleza, arte, verdade e amor aos irmãos presentes.

As Dádivas Durante o Ofertório

Conforme visto em artigos anteriores (veja O que todo membro de igreja deveria saber), os crentes têm o dever de oferecer os recursos que a igreja usará para funcionar bem e realizar suas metas. Ora, o culto cristão fornece o contexto em que esse ato de entrega deve ocorrer. Por isso, existe espaço na liturgia cristã para o ofertório, devendo esse aspecto da adoração ser regido também por princípios que emanam da Palavra de Deus.

O primeiro princípio a ser observado no momento do ofertório é o princípio da exclusividade. Com base nesse princípio, afirma-se que as ofertas dedicadas ao serviço de Deus devem vir somente das mãos do seu povo redimido. Um exemplo claro disso se encontra em 3João 1.7, que diz: “... pois por causa do Nome foi que saíram, nada recebendo dos gentios”.

Esse versículo afirma que os evangelistas itinerantes que haviam sido enviados pela igreja em que João estava (provavelmente, em Éfeso) realizaram sua jornada missionária “nada recebendo dos gentios”, ou seja, dos pagãos incrédulos. Eles agiram assim porque, em seus dias, os falsos mestres obtinham dinheiro fácil com a venda de um evangelho distorcido (2Co 2.17; 4.2; 1Tm 6.5) e aqueles mensageiros de Deus não queriam ser confundidos com os tais obreiros fraudulentos (2Co 11.13).

Hoje, o mesmo problema permanece, havendo pregadores da mentira que tiram dinheiro dos incrédulos com mensagens vazias. Assim, para evitar que a igreja de Deus seja confundida com um covil onde esses ladrões se reúnem, deve-se acolher a mesma prática sensata dos antigos evangelistas de Éfeso, recusando qualquer recurso que não venha das mãos de pessoas convertidas.

As ofertas de incrédulos também devem ser recusadas porque, tomados muitas vezes por uma visão comercial das bênçãos de Deus, os homens perdidos acreditam que podem comprar o favor do Senhor oferecendo-lhe alguns trocados, como se o Dono do universo precisasse de dinheiro. Essa atitude é tão blasfema e tão contrária à natureza santa, autossuficiente e graciosa de Deus que é imperativo que seja desencorajada durante o momento de ofertório, a fim de que o culto não seja maculado por impulsos tão perversos.

O segundo princípio a ser observado no momento do ofertório é o princípio da obediência, pelo qual se estabelece que as ofertas aceitáveis a Deus são aquelas que vêm de vidas santas, marcadas por arrependimento, retidão e busca sincera da vontade do Senhor. A base bíblica desse princípio pode ser encontrada já no Livro de Gênesis, onde a oferta de Caim é rejeitada porque seu procedimento não era reto diante de Deus (Gn 4.3-7). De fato, após não se agradar de suas dádivas, o Senhor disse ao frustrado ofertante: “Por que andas irado, e porque descaiu o teu semblante? Se procederes bem não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”.

Outros textos fortalecem a importância do princípio da obediência, mostrando que as dádivas que vêm de pessoas perversas, hipócritas, apóstatas e mundanas são vistas por Deus como verdadeira abominação (1Sm 15.22; Pv 15.8; 21.27). Aliás, deve-se destacar que não são somente as ofertas de pessoas assim que Deus rejeita, mas sim cada gesto cultual que elas realizam (Is 1.11-15). Assim, quando for iniciar o momento de ofertório, o dirigente deve alertar os adoradores acerca dessas coisas, a fim de que haja arrependimento no coração de todos e as dádivas oferecidas agradem realmente a Deus (Sl 51.17).

Finalmente, durante o momento de ofertório, os cristãos devem observar o princípio da responsabilidade pelo qual cada crente deve contribuir não com qualquer igreja, mas com aquela de que participa, seja como membro, seja como assíduo frequentador, sendo essa a prática reinante em todo o Novo Testamento. É claro que o membro de uma determinada igreja é livre para, eventualmente, dar ofertas em outra, caso queira. Isso, porém não pode ser feito em prejuízo da igreja de que faz parte, igreja essa pela qual é responsável e que conta com sua cooperação.

Cada ovelha de Cristo deve, pois, saber que seu compromisso maior é com o aprisco de fé e adoração em que o Supremo Pastor a colocou, sendo livre para dar ofertas para qualquer agência do Reino, mas sem deixar de lado a contribuição de que sua própria igreja necessita.

Como se sabe, a igreja atual se vê carente de uma clara teologia da contribuição, sendo assustadora a ignorância dos crentes no tocante a todos os assuntos aqui expostos. Por isso, é preciso que, na busca da realização de um culto segundo a vontade de Deus, a verdadeira comunidade da fé seja pacientemente instruída em tudo isso e se distancie, assim, também nesse aspecto, do modelo exploratório, fraudulento e trapaceiro das seitas que envergonham o evangelho.

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

 

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