Sexta, 19 de Abril de 2024
   
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Ore Assim...

Pastoral

Nossa igreja está realizando neste domingo o seu Primeiro Dia Anual de Oração. Esse dia será celebrado sempre em setembro, após o Dia da Alegria, ou seja, geralmente no terceiro domingo do mês.

Como a igreja está envolvida com o tema “oração”, vou relacionar aqui algumas orientações acerca de como orar de forma correta, evitando os erros que a gente vê por aí.

Primeiramente, ore com reverência. Somos crentes. Temos uma percepção clara da majestade de Deus e da grandeza da sua santidade. Nós que conhecemos as Escrituras, sabemos que o Senhor está envolto em sublime esplendor, que ele habita na luz inacessível, que sua glória é indizível e que sua soberania se estende sobre todo o universo e além (1Tm 6.15-16; Jd 1.25). Por isso, jamais nos referimos ao Senhor como “o cara lá de cima”. Tampouco falamos com ele como quem fala com qualquer um. Ainda que tenhamos em Deus um pai e amigo, nossa intimidade com ele não nos dá licença para sermos irreverentes. Então, ao orar, use uma linguagem respeitosa e decente (Hb 12.28). Faça da sua oração uma oferta verbal pura e bonita ao Deus glorioso (Ap 5.8). Os piedosos personagens bíblicos oravam assim e devemos imitá-los.

Em segundo lugar, ore com humildade. A noção de se aproximar de Deus com palavras de reivindicação, exigindo supostos direitos está bem longe do ensino cristão sobre a oração. Trata-se de uma noção nova, inventada por homens perversos, pessoas de mente corrompida, cheias de orgulho e vaidade, que acham que podem se dirigir a Deus como se fossem senhores dele. A verdade, porém, é que somos todos pequenos, pobres e incapazes diante daquele que é grande, rico e poderoso. Por isso, quando oramos, devemos reconhecer nossa miséria e necessidade e, numa atitude súplice, implorar sua ajuda imerecida (Sl 123.1-2), crendo que essa ajuda virá somente se ele quiser e sabendo que sua vontade é soberana, não tendo o Senhor obrigação nenhuma de fazer o que queremos (Mt 6.10).

Em terceiro lugar, ore com contrição. O tempo de oração deve ser como um vestíbulo dentro do qual nos despimos de qualquer noção de dignidade e glória pessoal. Toda confiança em nós mesmos e toda autoindulgência devem ser lançadas fora quando estamos orando (Lc 18.10-14). No lugar dessas coisas, devemos olhar para os trapos da nossa indignidade, da nossa negligência, do nosso pecado e da nossa ingratidão (Is 64.6; Lm 3.40-42). Então, com o coração arrependido, devemos pedir perdão e restauração, sabendo que, como Juiz, ele nos absolverá pelos méritos de Cristo (1Jo 1.9) e, como Médico, ele nos curará pelo poder da sua Palavra, divino remédio (Lm 3.22-33).

Em quarto lugar, ore com gratidão. É na oração que expressamos verbalmente nosso louvor a Deus por tudo que ele é e por tudo que ele tem feito. Reconheça, em suas súplicas, que nada do que o Senhor nos confere é devido ao nosso merecimento. Lembre-se de que o ar que você respira, o alimento que você come, as roupas que o cobrem e os olhos que você e usa para ler este artigo são dádivas sublimes dele que as derrama sobre você apesar da sua pecaminosidade e maldade (Sl 147.7-19; At 17.25). Isso sem falar das coisas que ele lhe concede sem que você necessite delas, com o propósito doce e paterno de alegrar e consolar seu coração neste mundo mau. Em face disso, remova de sua boca as reclamações e o murmurar sombrio e dirija ao Senhor palavras de sincera gratidão e louvor (Fp 4.6-7; Cl 3.15).

Em, quinto lugar, ore com fé. Ninguém deve ser tolo ao ponto de acreditar que pode “fazer a cabeça” de Deus, induzindo-o a realizar alguma coisa (Is 46.10). Assim, em vez de orar crendo ingenuamente em sua suposta capacidade de persuasão, ore crendo no amor e no poder de Deus, confiando que ele ama você como seu herdeiro especial e que lhe fará sempre o melhor, mesmo quando você não for capaz de enxergar isso (Lc 11.11-13; Hb 4.16). Creia que ele tem poder para fazer muito mais do que você pede (Ef 3.20) e que efetivamente o fará, caso isso se encaixe nos propósitos do seu amor infinito por você (1Jo 5.14-15).

Em sexto lugar, ore com brevidade. Nossa mente marcada pelo pecado, com muita facilidade se deixa levar, durante as orações, pelo vento de pensamentos desconexos ou de preocupações terrenas. Por isso, quando oramos longamente, sentimos uma grande dificuldade de concentração. O mesmo ocorre quando estamos num culto ou reunião cristã e alguém ora publicamente por tempo muito prolongado. A forma de evitar isso é imitar o exemplo do Senhor (Mt 6.9-13) e fazer uso da objetividade, abandonando jargões, frases prontas, grandes formulações doutrinárias e exposições históricas (Lc 20.46-47). Ore, assim, apresentando brevemente seus motivos, seus louvores e sua confissão. E faça isso várias vezes no dia. É melhor orar muitas vezes com concentração do que fazer uma só e longa oração que termina num oceano de confusões mentais.

Eis aí seis pequenas “dicas” de como orar de modo bíblico e proveitoso. Afaste-se, pois, das rezas supersticiosas, das orações de quebra de maldição ensinadas por pastores feiticeiros e das palavras de ordem e de reivindicação que os falsos mestres estimulam os ignorantes a dirigir ao Senhor. Em vez disso, ore como os santos de Deus mencionados na Bíblia. São o exemplo deles e o ensino do Senhor que devemos seguir. O resto é invenção.

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

 

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