Terça, 16 de Abril de 2024
   
Tamanho do Texto

Pesquisar

Não se Deixe Desencorajar!

Pastoral

O evangelista, pastor, professor e escritor Reuben Archer Torrey (1856-1928), contou certa vez que, voltando de uma reunião evangelística em Hobart, na Tasmânia, ouviu sua esposa, Clara Torrey, dizer: “Archie, eu apenas desperdicei meu tempo esta noite. Passei a noite inteira conversando com a garota mais frívola com quem já lidei por um longo tempo. Eu não consegui causar nela qualquer impacto. perdi meu tempo. Eu não acredito que valha a pena conversar com esse tipo de garota”. Dito isso, ela foi para casa e clamou a Deus por aquela moça. Na noite seguinte, a garota chegou a ela completamente transformada e trouxe junto sua mãe, pedindo à Sra. Torrey para falar com ela também. Ambas foram convertidas a Cristo naquele dia. A conclusão a que R. A. Torrey chegou foi que muitas vezes em que parece que temos alcançado muito pouco, temos, na verdade, alcançado muito mais.

Que realidade atual! Por um lado, Deus também nos faz obter resultados maravilhosos quando e onde jamais esperamos — e tudo isso por sua pura graça e amor. Mas, por outro, também nos sentimos desencorajados, a exemplo da Sra. Torrey, quando nossos esforços parecem ter sido vãos e quando, por isso, nos sentimos incapacitados para essa tarefa, buscando desculpas para que outras pessoas façam o que cabe a nós. Para momentos assim, a Palavra de Deus nos corrige a visão equivocada e nos encoraja a continuarmos na sublime tarefa de pregar o Evangelho aos perdidos. Um texto bíblico que se presta a isso é 1Coríntios 3.6-9, no qual Paulo corrige a visão que os crentes daquela igreja tinham sobre a pregação e os pregadores da Palavra.

Em primeiro lugar, ela nos ensina que o poder de converter alguém não está em nós, mas em Deus: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (1Co 3.6). Por isso, ninguém deve se sentir desanimado ao pregar o Evangelho a pessoas que o rejeitam como se isso significasse que a causa é a ineficiência e incapacidade do próprio pregador. O fato é que não há coração perdido que se abra para a fé em Cristo se o Espírito Santo não convencer o pecador da sua condição diante de Deus (Jo 16.7-11) e se o Senhor não modificar tal coração para que se abra a fim de atender à pregação (At 16.14). Por isso, nosso encorajamento deve vir da ideia de sermos fieis à ordem do Senhor de pregar o Evangelho a todos (Mc 16.15) e não dos resultados da pregação, os quais vêm diretamente da ação e da vontade de Deus.

Outra verdade é que o evangelismo promove o reconhecimento da glória de Deus: “De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1Co 3.7). Quem anuncia as boas novas da salvação como as Escrituras ensinam não busca glória para si mesmo, nem deseja contabilizar vitórias pessoais. Ao contrário, esse conhece sua incapacidade, sabendo que não é “coisa alguma”, ao passo que reconhece a responsabilidade de Deus ao salvar pecadores, perdoando-os de seus pecados. Por isso mesmo, esses pregadores têm noção real de que glorificam a Deus simplesmente pelo fato de anunciar sua Palavra, independente de quem a receba e quem a rejeite, o que muito os impulsiona a continuar.

Em terceiro lugar, a pregação do Evangelho resultará em reconhecimento futuro na forma de galardões: “Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho” (1Co 3.8). Se é errado buscar vaidosamente o reconhecimento presente da obra prestada a Deus, a própria Bíblia nos encoraja a esperar um tipo de premiação futura. Os galardões, cuja forma exata constitui um mistério para nós no momento, são uma recompensa pela obediência às ordens e comissões do Deus que também provêm da sua graça. É encorajador saber que trabalhamos no presente pela força e direção do nosso Mestre e que, no futuro, mesmo não merecendo coisa alguma, seremos premiados pelo que o Senhor nos ajudou agora a realizar.

Por fim, a pregação do Evangelho nos coloca na posição de cooperadores do nosso Senhor: “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (1Co 3.9). Ser assim descrito é uma das maiores honras da vida cristã, além de ser algo natural àqueles que, da mesma forma, irão compartilhar do privilégio do seu reinado (Rm 8.17; 1Co 6.3; 2Tm 2.12a).

Portanto, nenhum crente deve desanimar de pregar o Evangelho, mesmo quando há rejeição, zombaria e perseguição. Na verdade, sofrer pelo nosso Salvador é também motivo de nos sentirmos honrados (Mt 5.11,12). Em lugar de desânimo, um grande comprometimento deve crescer em nós e nos tornar pessoas que anunciam a todos a mesma mensagem que, pregada a nós, nos conduziu à salvação. Afinal, as Escrituras dizem de nós: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9).

Pr. Thomas Tronco

 

Este site é melhor visualizado em Mozilla Firefox, Google Chrome ou Opera.
© Copyright 2009, todos os direitos reservados.
Igreja Batista Redenção.