Estudo 33 - Os Resultados da Salvação
Uma lista exaustiva de todas as consequências e benefícios advindos da salvação tornaria esse estudo extremamente extenso. Vamos alistar apenas alguns resultados da salvação em Cristo.
1 – JUSTIFICAÇÃO
A) O significado de justificação – Justificar significa “declarar alguém justo”. Tanto em hebraico (צָדַק) como em grego (δικαιόω) a ideia é de “anunciar” ou “pronunciar” alguém justo. Observe o contraste entre justificar e condenar em Dt 25.1; 1Rs 8.32; e Pv 17.15;
B) O processo de justificação – O Senhor declarou pecadores como “justos” ao fazê-los justiça de Deus em Cristo (2Co 5.21), dando a muitos o dom da justiça (Rm 5.17,19). Esse processo se dá em 5 passos (Rm 3.21):
1. O plano (v.21): a obra de Cristo foi vista e anunciada pelos profetas, demonstrando o plano de Deus de justificar os pecadores por meio do seu Filho;
2. O pré-requisito (vv.22,23): a fé em Cristo é o único meio para a justificação;
3. O preço (vv.24,25): o preço pago pela justificação foi o sangue de Cristo;
4. A posição (v.24): quando alguém crê, essa pessoa está “em Cristo”, o que a torna justa;
5. O pronunciamento (vv.25,26): a justificação faz com que Deus se torne o justificador daqueles que ele declara justos.
2 – JULGAMENTO DA NATUREZA PECAMINOSA
A) O julgamento livra o crente do poder do pecado – O poder do pecado está ligado à velha natureza do homem perdido. Pela fé, a morte de Cristo passa a ser nossa própria morte de modo que essa velha natureza é julgada e condenada (justificação, cf. Rm 6.7). O resultado é a certeza de que um dia essa velha natureza deixará de existir e a realidade de uma nova natureza já no presente.
B) O julgamento livra o crente do domínio do pecado – O texto de Rm 6.1-14 é claro ao demonstrar que o resultado da anulação do poder da velha natureza tem como resultado: a) o fim da escravidão do pecado que obrigava a pessoa a cometer pecados e servir a Satanás; e b) a possibilidade de andar em obediência a Deus, fugindo do pecado.
3 – COMUNHÃO FAMILIAR DO CRISTÃO
A morte de Cristo dá ao crente o privilégio de ter comunhão com a família de Deus (1Jo 1.5-10). Contudo, há duas condições para o desfrute dessa comunhão:
a) Conformar-se ao padrão da luz;
b) Confessar os pecados.
4 – FIM DA LEI
A morte de Cristo trouxe o “fim da Lei” (Rm 10.4). Esse texto pode ser interpretado de duas maneiras: a) Cristo pôs fim à Lei; b) Cristo cumpriu a Lei (cf. Mt 5.17). Apesar de Cristo ter, de fato, cumprido a Lei, o que Paulo tem em mente ao dizer que “o fim da Lei é Cristo” é no sentido de Cristo ter posto um fim definitivo ao conceito de “salvação por obras” para ficar claro que “a salvação gratuita é pela fé em Cristo” (Rm 9.30-33).
Uma dúvida que surge é “que lei foi finda em Cristo”. A lei em questão é a Lei Mosaica. Ela se divide basicamente em: lei moral, lei cerimonial e lei judicial. Apesar de haver quem defenda que Jesus aboliu apenas uma parte da Lei Mosaica, ela é uma unidade indivisível (Tg 2.10). Paulo inclui a própria lei moral no que ele chamou de “ministério da morte” (2Co 3.7).
O motivo da abolição da antiga Lei é que houve a introdução de um sacerdócio superior, implicando uma “mudança de sacerdócio” (Hb 7.11,12). Assim, apesar de os justos preceitos da Lei servirem de parâmetro de conduta para o cristão guiado pelo Espírito Santo (Mt 23.23; Rm 8.3,4), de modo algum o cumprimento das suas cláusulas podem trazer justiça a quem quer que seja (At 13.39; Rm 3.20; Gl 2.16).
5 – ADOÇÃO
Adoção é o ato divino que integra os que creem em Cristo à família de Deus (Jo 1.12). Isso envolve o processo de “regeneração” (Jo 3.3).
Paulo fala de dois grupos que foram “adotados” por Deus:
a) Israel como nação (Rm 9.4 cf. Ef 4.22). Esse não é um aspecto em que a salvação eterna é pressuposta para cada membro do Israel étnico;
b) Cristãos como indivíduos (Gl 4.5; Ef 1.5; Rm 8.15,23).
Alguns resultados da adoção por meio da fé são:
a) Sermos incluídos em uma família à qual não pertencíamos naturalmente (Ef 1.5 cf. 2.3);
b) Libertação do antigo sistema de vida (Gl 4.5);
c) Ter todos os direitos e privilégios de fazer parte da família de Deus (Rm 8.17; Gl 4.7).