IndestrutÃvel
Veja-se, por exemplo, a Igreja Batista Redenção, que tenho a honra de pastorear há quinze anos. Ela completa nesta semana 71 anos de existência. Foi fundada em 1941, justamente quando o mundo inteiro estava em crise por causa da Segunda Guerra Mundial. Prosseguiu em seu caminho sofrendo a forte discriminação de uma cultura rigidamente anti-protestante, num paÃs que tinha o catolicismo como religião oficial. Passou por momentos difÃceis sob uma economia que não conseguia se firmar sobre as próprias pernas e que levou muita gente de dinheiro para o buraco. Isso sem falar nas crises internas que enfrentou, lutando contra falsos irmãos que se infiltraram nela, mancharam seu nome, criaram divisões, promoveram falsas doutrinas, afugentaram o rebanho verdadeiro e atacaram seus pastores.
De fato, nos tempos mais difÃceis em que os lobos reinavam absolutos parecia mesmo que a igreja ia desaparecer. Sem dinheiro, nosso prédio ficou abandonado e foi se deteriorando. Os crentes, tomados pelo desânimo, se fecharam em suas casas. Chegamos a realizar cultos com três pessoas (!). Os mais antigos dizem até que um dos nossos pastores morreu do coração por causa dos problemas que havia na igreja. Â
No entanto, mesmo passando por tudo isso, a igreja permaneceu e hoje se expande mais do que nunca, atravessando fronteiras que nunca sonhamos. Qual é o nosso segredo? Diante do que passamos, qualquer outra associação teria desaparecido sem deixar qualquer vestÃgio! Como conseguimos? Bem, não há segredo nenhum. O que há é uma verdade teológica que o mundo não pode entender: a igreja é o povo redimido de Deus, contra quem as portas do inferno não podem prevalecer (Mt 16.18). Ela é o rebanho do supremo Pastor que a ama, nutre, guia e protege.
É verdade que em alguns momentos o Senhor parece quieto e distante dela, não agindo quando achamos necessário. Mas seus caminhos são sempre justos e sábios. No tempo certo ele intervém, enchendo os tÃmidos de coragem, transformando meninos chorões em temÃveis guerreiros, dando vida a ossos secos, incendiando corações frios com o fogo da Palavra e vivificando seu povo com o sopro divino do EspÃrito Santo.
Assim, mesmo que a igreja se torne como um tronco seco, no tempo devido o Senhor faz chover sobre ela. E ela brota de novo com mais força ainda. Mesmo que desapareça de um lugar, dando a aparência de que se extinguiu dali para sempre, dentro de algum tempo ela sem dúvida reaparece, reunindo-se novamente no aconchego de alguma sala, enfileirando cadeiras numa pequena garagem ou cantando os Salmos no fundo de algum porão. É o poder de Deus que a nutre e a faz prosseguir. E cá entre nós, como é emocionante participar dessa grande aventura!
Pr. Marcos GranconatoSoli Deo gloria