Sexta, 19 de Abril de 2024
   
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Abraão e Abimeleque

Gênesis 20 narra um episódio curioso da vida de Abraão. Como peregrino que era, juntamente com sua família, diz a Bíblia que ele empreendeu jornada rumo ao Sul da Palestina e se fixou numa cidade chamada Gerar. Com medo de ser morto pelos homens do lugar que quisessem ficar com sua mulher, Abraão usou do mesmo expediente que havia adotado tempos antes no Egito (veja Gênesis 12.11-13) e disse que Sara era sua irmã.

O rei Abimeleque, ouvindo isso, mandou buscar Sara, certamente para colocá-la entre as outras mulheres solteiras do seu harém. Numa noite, porém, Deus apareceu em sonhos ao rei e disse que ele morreria como castigo por ter tomado para si uma mulher casada.

Abimeleque ficou apavorado. Ele disse a Deus que tinha feito aquilo inocentemente, induzido pela mentira do próprio marido. Deus respondeu que sabia disso e que por essa causa havia impedido que Abimeleque tivesse relações com a mulher de Abraão. O Senhor disse ainda que o rei deveria, em face do ocorrido, restituir Sara ao seu marido sob pena de ser punido com a morte, juntamente com toda a sua casa e que, fazendo isso, Abraão oraria por ele para que nenhum mal lhe sobreviesse.

Na manhã seguinte, o rei contou tudo aos seus conselheiros, os quais ficaram com muito medo. Depois, chamou Abraão e o repreendeu dizendo que, devido àquela mentira, todo o reino estava agora sob terrível perigo. Abraão se justificou dizendo que tinha tido medo de ser morto por causa da esposa e que, a rigor, não tinha mentido, uma vez que Sara era sua meia irmã por parte de pai.

Abimeleque devolveu Sara a Abraão e ainda lhe deu ovelhas, bois e escravos. Além disso, concedeu ao patriarca a liberdade de se fixar onde quisesse em seu reino. Quanto à Sara, pagou-lhe mil peças de prata como reparação pelo dano moral que lhe havia causado, dando, assim, prova notória de que ela tinha sido uma vítima inocente.

Finalmente, ouvindo a súplica de Abraão, Deus curou Abimeleque, sua esposa e suas servas e elas puderam novamente ter filhos, pois o Senhor havia punido todas aquelas mulheres com esterilidade por causa de Sara.

Desse texto, a lição que imediatamente salta aos olhos diz respeito ao zelo com que Deus vê o casamento. A sociedade moderna vive como se não existisse um Soberano no céu. E um dos reflexos disso é a deficiente ética do matrimônio que permeia a mente das pessoas do nosso tempo. Desrespeito, abandono do lar, infidelidade, mentiras e a adoção de comportamentos indecorosos são vistos com naturalidade pelos casais do mundo antideus em que vivemos.

A história de Abraão e Abimeleque, contudo, mostra a ética celeste do matrimônio e revela um Deus que nutre ódio mortal contra tudo que possa poluir a instituição do casamento, que é santa, uma vez que foi estabelecida por ele mesmo. Nessa história, o leitor da Bíblia é estimulado a crescer um pouco mais no temor do Senhor e a zelar melhor pelos laços que o unem ao seu cônjuge, já que aquele que os uniu numa só carne é também o autor da morte que, enfim, separa-o.

"O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros" (Hebreus 13.4).

Pr. Marcos Granconato

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