Sexta, 29 de Março de 2024
   
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Você Nunca Será Esquecido

Pastoral

Ao contrário do que diz a música, já não somos os mesmos e tampouco vivemos como nossos pais. A Internet mudou definitivamente o modo de vida das pessoas, especialmente os que já nasceram conectados a esse ambiente de lives e likes, stories e shares. Não dá para negar que parte significativa da vida, notadamente a dos mais jovens, é vivida virtualmente, dentro das redes sociais, exposta na tela de um celular, tablet ou computador.

E, juntamente com essa mudança, vieram os problemas. O que era para ser — e pode ser — uma ferramenta de entretenimento, publicidade, diversão e informação, tornou-se fonte de desarranjos de ordem física, emocional, psicológica e espiritual. Por exemplo, o número de jovens com dores na coluna cervical decorrentes do uso excessivo do celular aumentou exponencialmente nos últimos três anos. Sem contar os casos de cansaço ocular ou perda de visão que antes acometiam, em sua maioria, os idosos, mas que hoje atingem, precocemente, os jovens, como resultado das muitas telas que nos rodeiam.

Não obstante, uma disfunção que surgiu com o advento das redes sociais é o ostracismo virtual. As pessoas têm desenvolvido quadros de ansiedade, depressão e diversos distúrbios psicológicos por conta do medo de não serem admiradas ou sequer notadas no mundo virtual. Por falta de curtidas nas selfies, compartilhamento das frases de efeito e comentários nos “textões”, têm se multiplicado os casos de insônia, síndromes do pânico e transtornos obsessivo-compulsivos.

O anseio descontrolado por aprovação, fama e reconhecimento no lado virtual da vida está abarrotando os consultórios de psicólogos e terapeutas. Os pacientes, por sua vez, tornam-se ainda mais dependentes, só que, dessa vez, de remédios e procedimentos que não tratam a raiz do problema.

O projeto-piloto do ser humano contemplou esse anseio natural por relacionamento e correspondência (Gn 2.20). Não é pecado querer que os outros conheçam e compartilhem da nossa alegria ou tristeza (Rm 12.15). Sequer é pecado demonstrar afeto e apreço por meio de uma palavra (ou curtida) amiga, sábia e doce (Pv 16.24). Entretanto, o coração humano modernizou ídolos antigos: o temor de homens e a premência por reconhecimento e admiração.

Na ambição de se tornar um ídolo para os outros pares nesse mundo, o homem se esqueceu do seu Designer e do seu design original. Somente aquele que fizer repousar suas expectativas de valor, segurança e relevância em Deus poderá desfrutar de real satisfação e liberdade. Não contribuirá em nada para nossa felicidade um perfil cheio de seguidores, se Deus não curtir nossas ações, não compartilhar nossos pensamentos e não comentar em nosso favor (Sl 128.1; Lc 11.28).

Além disso, existe um lugar real em que jamais sofreremos de ostracismo: a igreja. No corpo de Cristo, o crente desfruta de reconhecimento e importância, exercendo funções individuais para o bem coletivo (1Co 12.14,18,20-27). Na igreja, jamais seremos esquecidos, pois outros curtirão nossas conquistas (Rm 12.15; 2Co 2.3; Cl 3.12), compartilharão nosso fardo (Gl 6.2) e comentarão nossas vidas (2Co 13.11; 1Ts 5.11) a fim de que conservemos a unidade em Cristo que plenamente nos satisfaz (Rm 15.5-6; Ef 4.13).

O temor de Deus é o princípio da sabedoria (Pv 1.7); já o temor de homens é o princípio da disforia. Temer a Deus e guardar seus mandamentos (Ec 12.13) é a cura para nossa ansiedade por aprovação e relacionamento. E a igreja é o ambiente perfeito para nos livrar do medo de sermos irrelevantes ou esquecidos (Fp 2.3-4).

Pr. Isaac Pereira

 

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