Sexta, 29 de Março de 2024
   
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Três Verdades Importantes

Pastoral

“Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade” (Hb 2.2-4).

Já faz algumas semanas que estamos estudando a Carta aos Hebreus nos nossos cultos de quarta-feira e, recentemente, chegamos à passagem transcrita acima. Esses versículos de Hebreus são importantes porque, a partir deles, é possível enunciar verdades que muita gente esquece ou mesmo não conhece nos dias de hoje. Dentre essas verdades, quero destacar apenas três:

A primeira delas é que a mensagem do evangelho tem importância elevada. O autor de Hebreus ensina isso ao dizer, inicialmente, que a “palavra falada por meio de anjos”, isto é, a lei de Moisés (At 7.38,53; Gl 3.19), se tornou firme, ou seja, válida e eficaz. A prova disso, segundo ele, é que quem a desobedeceu recebeu “justo castigo”. Em face dessa constatação, o autor pergunta: se quem transgrediu a palavra dita por meio de anjos foi tão severamente punido, será que vai ser menos grave a punição de quem desobedece a palavra dita por meio de Jesus? A pergunta retórica presente no texto exige uma resposta terrível, mostrando que a mensagem do evangelho é extremamente importante, superando a própria lei de Moisés.

A segunda verdade que pode ser auferida do parágrafo transcrito acima é que a mensagem do evangelho não pode ser negligenciada. O autor bíblico pergunta no v.3: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”. Nesse versículo há uma mistura intrigante. Vemos um toque de ameaça (“como escaparemos?”) mesclado com um toque de graça (“tão grande salvação”). Essa fusão de ameaça e graça é muito salutar, pois mantém a visão cristã em equilíbrio, evitando que o crente viva no extremo do medo (sempre perguntando “como escaparei?”) ou no extremo da impiedade, transformando em libertinagem a graça de Deus, como fizeram os falsos mestres mencionados por Judas (Jd 4).

De posse do aludido equilíbrio presente no versículo, o crente viverá feliz e grato “por tão grande salvação”, mas, ao mesmo tempo, conhecerá a séria verdade de que a mensagem do evangelho não pode ser negligenciada. O verbo traduzido como “negligenciar” presente aqui (em grego, “ameléo”), significa não dar atenção, não fazer caso ou tratar com desprezo alguma coisa. Esse tipo de postura em relação ao evangelho é a marca principal dos apóstatas, de modo que Hebreus diz que quem nutre tal atitude não escapará do castigo de Deus.

Finalmente, a última lição do texto citado é que a mensagem do evangelho foi por Deus comprovada. Os vv.3-4 dizem que a pregação de Jesus foi confirmada pelos apóstolos (“os que a ouviram”) e que Deus deu testemunho juntamente com eles, ou seja, o próprio Deus comprovou a pregação que os apóstolos ouviram de Jesus. Como ele fez isso? O autor sagrado diz que Deus realizou “sinais, prodígios e vários milagres”, além de “distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade”.

Esse texto é uma das bases principais para o ensino de que a época apostólica foi marcada por uma concentração de milagres muito maior do que a atual. A ideia de que Deus opera sinais hoje com a mesma frequência com que fazia nos tempos bíblicos é, assim, enfraquecida, não somente pelo testemunho da igreja presente, mas também pelo fato de que a concentração de milagres no passado tinha como um dos seus objetivos principais autenticar o que os primeiros evangelistas anunciavam, algo desnecessário de se repetir em outras eras (Mc 16.20). Aliás, a própria forma como o autor de Hebreus escreve mostra que essa autenticação ficou no passado, ocorrendo só ao tempo da primeira geração de pregadores.

Eis aí três proposições importantes que emanam do texto de Hebreus. Por meio delas o crente é advertido, encorajado e instruído. De posse dessas verdades, a igreja de todos os tempos poderá fugir da irreverência, da apostasia e do desequilíbrio — erros que minam o bom funcionamento e o forte impacto do povo de Deus neste mundo.

Pr. Marcos Granconato

Non nobis, Domine

 

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