Sexta, 29 de Março de 2024
   
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Questão de Vida ou Morte

Pastoral

Em 1775, os Estados Unidos entraram em guerra contra a Inglaterra por sua independência política. O filme O patriota, dirigido por Roland Emmerich e que tem como parte do elenco Mel Gibson e Heath Ledger, abordou os conflitos do período e, para mim, é um dos longas de guerra mais emocionantes que já foram produzidos. Nele, várias figuras importantes foram a favor do enfrentamento, mas o viúvo Benjamin Martin — ex-combatente que tempos atrás havia participado das disputas coloniais contra a França — queria apenas desfrutar de paz com seus filhos, em sua fazenda, na Carolina do Sul. O que ele não esperava, porém, é que uma desgraça lhe sobreviesse. Sua fazenda é invadida pelo exército britânico e, nessas circunstâncias, um de seus filhos é morto. Benjamin, que até então se recusava a lutar, resolve se apresentar para o combate. Ele busca agora vingar a morte de seu filho e proteger a vida de outro. Mas, a cada conflito, desenvolve, também, um senso de dever para com sua pátria.

Não há nada que nos afete mais do que ver nossa família em perigo. Somos capazes de dar a vida por eles. Quando me casei e meu filho nasceu, tive a plena convicção de que não viveria mais para mim, pois havia, agora, duas pessoas por quem deveria me dedicar até o fim das minhas forças. Soube, desde o inicio, que não poderia desprezá-los, maltratá-los, muito menos submetê-los a qualquer tipo de risco. Tive a mais plena convicção de que minha missão seria protegê-los de qualquer tipo de ameaça. Fossem elas de caráter físico, espiritual, moral ou ideológico, meu papel seria estar atento a qualquer movimento suspeito e me pôr à frente daquilo que, porventura, pudesse prejudicá-los.

Todo crente no Senhor Jesus tem esse mesmo dever com a família da fé. Vivemos dias terríveis. Estamos constantemente sob o ataque furioso dos arquirrivais da igreja de Deus. Não é mais velada a intenção dos que querem nos destruir. Na verdade, eles dizem aos berros: “A cultura judaico-cristã deve ser desconstruída e os valores do cristianismo eliminados!”. Assim, a perseguição aos cristãos tem aumentado tanto na forma de violência física como por meio de ameaças.

Filosofias políticas e sociais buscam nos exterminar. O marxismo, definitivamente, não é uma ideologia inofensiva, mas um ópio devastador! Seus proponentes querem hipersexualizar nossas crianças! Não há freios para seus devaneios. Casamento homossexual, aborto, desintegração do conceito de família, ideologia de gênero, pedofilia, feminismo... a lista não para de crescer. Não podemos permitir que esses temas estejam na periferia de nossas reflexões, mas devemos nos armar contra toda essa lástima a partir das Escrituras.

Mas isso não é tudo. Diariamente, somos bombardeados por falsas doutrinas que servem ao propósito de nos confundir e afastar do corpo de Cristo. Quantas heresias, exageros e falácias são propagadas! Em muitas igrejas, abandonou-se por completo a exposição da Palavra de Deus. Em outras, suas estruturas suntuosas e lindas, mas cuja moral é podre e perversa, servem de sede para o desprezo e rejeição até mesmo dos elementos mais fundamentais de qualquer comunidade cristã séria, como, por exemplo, a disciplina bíblica.

Contudo, mesmo em meio a esses exércitos que se levantam contra nós, estamos aqui, “igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15). Nossa forma de guerrear não é comum, pois não cometemos nenhuma espécie de barbárie e nossas armas não são convencionais. Não contamos com uma tropa numerosa nem possuímos grandes arsenais. No entanto, nosso General, o Senhor dos exércitos, é fogo consumidor. Com apenas um sopro de sua boca, nações são devastadas e reinos inteiros são destruídos. É com seu auxilio que contamos. Muitas vezes, nossas batalhas são travadas de joelhos, aos prantos, ninguém as vê, somente Deus.

Lutamos por meio do anúncio aberto da verdade. Isso mesmo: não nos apoiamos na inconsistência do relativismo. Proclamamos a Palavra de Deus e o Deus dessa Palavra, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). Denunciamos o erro sem covardia, buscamos exercer nossa cidadania de modo digno do Senhor e nos empenhamos para manter uma conduta reta, íntegra, de modo que “o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito” (Tt 2.8). Enfim, prosseguimos no campo de batalha com passos firmes, mesmo sendo severamente perseguidos e cobrados.

Em O patriota, Benjamin Martin assistiu à morte de seu filho. Só então ele se engajou em uma luta declarada, comprometida e irrestrita contra o inimigo. Aprendamos, pois, como ele, porém, sem esperar que o pior aconteça.

Que Deus nos ajude! 

Robson Maciel Alves

IBR Pinheiros


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