Sábado, 20 de Abril de 2024
   
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Um Reavivamento Inusitado

Pastoral

Muitos crentes anseiam por um reavivamento ou por uma nova reforma, como aquela que aconteceu no século 16. Para ser honesto, diante de tantos desvios doutrinários e da insanidade que há em muitas igrejas, eu também gostaria que se levantassem homens como Lutero, Calvino e outros. Servos de Deus corajosos e dispostos a sacrificar a própria vida, se preciso fosse, e que não se intimidam nem se deixam levar pelas investidas dos seus oponentes.

Conta-se que Lutero, ao responder às pessoas que o aconselharam a não comparecer diante do imperador quando foi convocado, disse: “Quanto a mim, sendo que fui convocado, estou disposto e com certeza determinado a entrar em Worms em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; sim, mesmo que soubesse que os demônios que lá vão me combater são tão numerosos como as telhas que cobrem as casas de Worms”.

Onde estão essas pessoas hoje em dia? Onde se reúnem homens e mulheres que militam a favor da Verdade e que estão, assim como os reformadores dos séculos passados, dispostos a pagar o preço que for a ter de renegar a Palavra? Será que encontraríamos crentes assim em nossa comunidade dispostos a iniciar um reavivamento?

O professor David Merkh diz algo muito interessante em seu livro Estabelecendo Alicerces: “Muitas pessoas hoje oram por um reavivamento geral na igreja, no Brasil e no mundo. No entanto, estão olhando para o lugar errado. Conforme declara a Palavra de Deus, o verdadeiro reavivamento se inicia justamente no lugar que foi alvo do primeiro ataque de Satanás: o lar”.

Grande parte do esfacelamento ético, moral e até teológico que vemos em nossos dias, diz respeito à decadência que eclode inicialmente nos lares. Estou convencido de que a falta de base familiar sólida ― centrada não em filosofias vãs, mas na Palavra ― tem feito com que a sociedade em geral e várias igrejas definhem.

Casamento e família estão entre as instituições criadas por Deus mais atacadas. O relativismo, que é a marca registrada do pensamento pós-moderno, como não podia deixar de ser, concebe unidade familiar sob uma perspectiva totalmente à parte dos preceitos bíblicos. Quando voltamos nossa atenção para as orientações de alguns “especialistas” em criação de filhos, educação e sexualidade vemos um verdadeiro show de horrores.

Ao pensarmos em casamento e família cristã, é importante que não as vejamos como um fim em si mesmo. O ideal de Deus para essa santa instituição não é somente gerar satisfação, contentamento, alegria, apoio e segurança aos seus integrantes. Todas essas coisas são importantes e extremamente relevantes, mas isso não é tudo. O alvo principal de todo casal e de toda família que se organiza a partir das Escrituras é glorificar a Deus. A Bíblia está repleta de instruções valiosas sobre como podemos fazer isso (Ef 5.22-33; 6.1-3; Cl 3.18-21; 1Tm 3.2,4; Tt 1.6; 2.3-5; 1Pe 3.1-7). Todos esses textos bíblicos ― e muitos outros ― apontam para uma realidade conjugal e familiar que glorifica nosso Senhor.

Por isso, o homem de Deus tem papel fundamental nesse processo de reavivamento. Como pastor e autêntico líder de seu lar, deve conduzir sua família sob o fundamento das Sagradas Escrituras. Em hipótese alguma deve negligenciar o papel que Deus lhe designou. Ele deve amar sua esposa conforme o modelo bíblico (Ef 5.25) e instruir seus filhos com toda a dedicação e constância, como se vê em Deuteronômio 11.18-19: “E as ensinarei a vossos filhos, falando delas, sentados em casa e andando pelo caminho, ao vos deitardes e ao vos levantardes, e as escrevereis nos batentes de casa e nas portas”.

A mulher, por sua vez, deve ser exemplar quanto à maneira de lidar com seu marido, seus filhos e seu lar. Sua docilidade e submissão ao seu cônjuge devem ser para ela um traço distintivo. Em uma sociedade como a nossa, em que o pecado deturpou o sentido de liberdade, as mulheres devem estar atentas às sutilezas de movimentos como o feminismo. Enquanto o mundo caído diz “satisfaça todos os seus desejos egoístas”, Deus diz “sirva uns aos outros mediante o amor” (Gl 5.13) e, ainda, “ame o próximo como a si mesmo” (Gl 5.14).

Finalmente, quanto aos filhos, quando eles se submetem à autoridade de seus pais, é como se estivessem dizendo: “Eu anseio que meu caráter seja transformado e, por isso, sobretudo por amor a Cristo, eu obedeço meus pais”. Isso se refletirá diretamente no modo como se comportarem não somente na comunidade dos santos, mas na sociedade em geral. Filhos obedientes são uma alegria para seus pais, de modo que devem acolher os conselhos de seus progenitores com toda dedicação e esmero (Pv 1.8-9; 6.20-23; 15.20).

Que nossa oração seja por um grande reavivamento, algo jamais visto em toda a história. E que, pela graça de Deus e com o auxílio do Espírito Santo, o ponto de partida seja o nosso lar.

Robson Maciel Alves

IBR Pinheiros

 

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