Sexta, 19 de Abril de 2024
   
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Fidelidade e Felicidade no Casamento

Pastoral

Para que o homem tenha um convívio saudável com seus semelhantes, é necessário que imite Deus em todas as suas relações. Por exemplo, se quiser ser bom pai, deve descobrir como são os atos paternos de Deus e, na medida do possível, tentar reproduzi-los no trato com seus filhos; se pretende ser filho exemplar, deve descobrir como a Segunda Pessoa da Trindade, o Filho, age em relação ao Pai e, tanto quanto puder, fazer o mesmo no trato com seus genitores. Da mesma forma, o homem que quiser ser um bom patrão precisa ter como modelo o modo como Deus lidera e, naquilo que for possível, imitá-lo. Também o empregado que aspira a excelência deve adotar o padrão de comportamento de Deus, especialmente quando o Senhor age como servo na Pessoa de Cristo.

Assim, os inúmeros conselhos relativos ao modo como o crente deve agir no trato com os outros talvez possam ser resumidos num só: tente, no exercício de suas atribuições, imitar Deus. Ora, um dos papéis sociais mais importantes que grande parte das pessoas desempenha é o de cônjuge, sendo certo que também aqui a única maneira de agir bem é ter Deus como padrão.

É evidente, porém, que, para isso, é preciso descobrir na Bíblia como Deus age quando se manifesta como cônjuge. E não há dúvida de que o Senhor se apresenta assim algumas vezes, considerando Israel sua “noiva” e revelando atos e atitudes que os casais cristãos devem imitar se quiserem provar um grau maior de realização e alegria.

De fato, o Santo Esposo trabalha pelo bem de sua “noiva” Israel. Ele a livra, cuida dela e a protege. Ele também a admoesta e corrige, anelando a paz e a unidade no “casamento”. Quando percebe que Israel o abandonou, o Noivo Celeste lamenta angustiado (Jr 2).

O que move o Senhor a agir assim? A virtude que subjaz todas as ações santas e justas de Deus no trato com sua noiva Israel é a fidelidade. Essa fidelidade, porém, não é apenas a ausência de traição contra o outro, mas também a manutenção do compromisso assumido nos termos em que foi assumido, haja o que houver (Sl 106.43-45; Is 54.5-10; Os 1.2-11; 2.13-23; 3.1, etc.).

Essa é a forma de fidelidade que deve marcar o relacionamento dos casais cristãos. Vai além da lealdade à pessoa, se estendendo à lealdade ao pacto fixado por ocasião do casamento. Sendo essa a forma de fidelidade do Cônjuge Divino, todos os maridos e esposas crentes devem buscar imitá-la se quiserem viver bem.

Com efeito, no relacionamento de Deus com seu povo, a fidelidade pactual é a única base para a felicidade, sendo nítido no texto sagrado que as causas das constantes desgraças, angústias e frustrações de Israel estão no fato de a nação ter deixado de ser leal ao compromisso assumido com o Esposo Supremo. Da mesma forma, as causas da infelicidade no matrimônio residem no abandono da fidelidade aos termos da aliança que um dia os cônjuges assumiram entre si.

Por que, pois, há tantas brigas, mágoas, barreiras, frustrações, adultérios e separações entre casais cristãos? Porque os maridos e as esposas deixaram de ser leais ao pacto matrimonial. Esse pacto estabelece os deveres de cada parte na sociedade conjugal, deveres estes consubstanciados em textos como Efésios 5.22-33 e 1Pedro 3.1-7. Muitos, porém, entram para o casamento sem conhecer esses deveres (como quem assina um contrato sem ler suas cláusulas) ou, mesmo conhecendo, os desprezam. O fruto inevitável dessa infidelidade pactual é um casamento infeliz. Eis o que ocorre quando não se imita a lealdade de Deus!

A implicação triste dessas verdades é que é perfeitamente possível um lar estar livre de adultérios, agressões físicas e divórcio e, ainda assim, os cônjuges serem infelizes dentro dele. Sim, pois a fidelidade de Deus que os casais devem imitar para que o lar seja feliz não é somente a fidelidade ao leito conjugal, mas também a leal observância dos termos da aliança feita com o outro, cada um cumprindo com zelo os deveres do compromisso santo que assumiu. Certamente, o caminho para a felicidade no casamento é também o caminho da fidelidade ao pacto. Todos os casais que seguirem sendas diferentes amargarão tristes frustrações e talvez passem a vida fingindo que estão bem, só para manter as aparências.

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

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