Sexta, 29 de Março de 2024
   
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O que Aconteceu no Domingo de Manhã?

Pastoral

Na semana passada, uma igreja de cerca de 120 membros, situada em São Paulo, realizou um de seus cultos normais no domingo pela manhã. Na ocasião, compareceram mais ou menos 25 pessoas, pouco mais de 20% do total dos membros. O que aconteceu? Bem, essa resposta depende do lado das coisas que a gente focaliza. Vamos ver...

O que aconteceu nos domínios do Reino de Deus?

Muito simples: o nome do Senhor — nosso criador, redentor e sustentador — não foi glorificado e servido com a força que deveria, ou, pelo menos, que poderia.

O que aconteceu com Satanás e seus anjos?

Aqui não se pode exagerar, apelando excessivamente pra esse lado de demônios, espíritos malignos, etc. Vamos nos ater aos fatos, interpretando-os dentro dos limites que a sã doutrina permite. A verdade é uma só: para eles foi um domingo bem tranquilo. Não houve muita coisa a fazer. Quase tudo estava do modo como queriam.

O que aconteceu com os inimigos da fé, como os ateus e os apóstatas?

Ah, para eles foi um domingo muito especial. Quando souberam da baixa frequência naquela igreja, eles se sentiram bastante encorajados e alegres. Viram tudo como uma prova de que estão certos e de que a pura Palavra de Deus é inútil. “Se servisse pra alguma coisa”, pensaram, “teria muito mais gente na igreja”.

O que aconteceu com os crentes que não foram à igreja?

Nada. Para eles foi um domingo como outro qualquer. Na verdade, eles nem se lembraram de que havia um culto. O estilo de vida que adotaram já há vários anos removeu esse compromisso da sua agenda. Os cultos de domingo de manhã nem são mais uma opção. E eles dormem muito bem com isso (especialmente aos domingos).

O que aconteceu com o pregador que ministrou a Palavra naquela manhã?

Opa! Aqui temos de evitar demagogia, chantagem emocional, apelações... Mas também temos de evitar diminuir o que de fato aconteceu com ele. Por amor à verdade, é preciso dizer: ele ficou bem desanimado. No momento maior de fraqueza chegou a pensar que seu trabalho não vale muito e que está perdendo seu tempo. Foi mesmo uma paulada das boas. E acho que outras iguais estão por vir. Coitado...

O que aconteceu com os irmãos que foram à igreja?

Ah, deu dó de ver! Eles se sentiram frios e isolados. Havia uma atmosfera de apatia, um silêncio meio fúnebre no ar, mesmo nos momentos de maior informalidade. Eles não estavam exatamente tristes, mas riam pouco. Foram envolvidos por certa quietude e não sabiam (e nem queriam) explicar exatamente o motivo disso. O dia alegre e ensolarado lá fora contrastava com o salão vazio e lúgubre, dando a entender que a vida estava em outro lugar. Alguns deles não vão voltar no domingo que vem.

O que aconteceu com os visitantes? Havia uns dois!

Eles pensaram que a igreja estava passando por sérios problemas. Talvez uma crise na liderança, uma divisão ou um grave problema de pecado. Imaginaram que o abandono de todos era uma forma de protesto, uma maneira de demonstrar insatisfação e descontentamento. Vai saber... O fato é que eles não vão mais voltar. Estão procurando uma igreja boa. Já tiveram muitas dores de cabeça nas igrejas de onde saíram.

O que aconteceu com as crianças?

As que vieram aprenderam que a igreja é morta. As que não vieram aprenderam que a igreja é desnecessária. Essas lições silenciosas foram gravadas indelevelmente na alma delas. Somente algumas permanecerão na fé quando forem adultas.

O que aconteceu na história universal?

Na história universal? Sim, acredite... O que aconteceu naquela pequena igreja é o efeito e também a causa da realidade secularizada e antiDeus vivida no mundo inteiro. É o efeito porque mostra que a igreja acreditou na mentira de que as coisas espirituais não valem nada ou valem muito pouco. É a causa porque contribui para a expansão da crença de que não se deve temer e servir ao Senhor de todo coração e com todas as forças. O que se deve temer é que a vida escorra pelos dedos sem aproveitá-la ao máximo em descanso e diversão. E o que se deve servir com zelo constante e inabalável é o conforto próprio, talvez em frente a uma TV ou em um tempo ocioso na sala de casa.

“Contudo, quando o Filho do Homem vier, encontrará fé na terra?” (Lc 18.8).

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

 

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