Quinta, 28 de Março de 2024
   
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Provérbios 20.9

  

Provérbios 20.9

“Quem poderá dizer: ‘Purifiquei o coração; estou livre do meu pecado?’” (Pv 20.9 NVI). 

Conheci um senhor que frequentava uma seita herética que me dizia coisas bastante estranhas que constituíam sua fé. Uma delas era o perfeccionismo, doutrina que ensina que o crente não peca mais. Ele dizia isso com muita convicção, afirmando que havia anos que não cometia um pecado sequer. É claro que as Escrituras não abrem margem para uma interpretação desse tipo, razão pela qual eu não ficava nada impressionado. Porém, eu não conhecia a vida dele, mas com o tempo isso foi mudando. Foi quando eu descobri que se tratava de um grande hipócrita que devia dinheiro para quase todo mundo, que tinha uma palavra na qual não se podia confiar e cuja boca era muito suja. Eu fiquei quieto sobre isso durante um bom tempo, mas um dia confrontei suas pretensões perfeccionistas com esse péssimo testemunho. Poucas vezes vi alguém tão atrapalhado para se explicar e encontrar razões para seus atos.

Se isolarmos esse provérbio, podemos, obviamente, tratar da questão da pecaminosidade — o que não incorrerá em erro, visto que outras partes da Bíblia dirão a mesma coisa. Assim, assentam-se com mais força o conhecimento da depravação do homem e sua inteira dependência da graça de Deus. Mas quando esse texto surge em um trecho em que o assunto é a justiça, percebemos algumas nuances que não podem fugir à nossa atenção. O clamor de um caráter reto surgiu no v.6, quando o escritor nos diz que “muitos se dizem amigos leais”, à semelhança do homem do v.9 que diz “purifiquei o coração; estou livre do meu pecado”. Porém, assim como é dito no versículo anterior, que um juiz “esmiúça todo o mal”, aqui se desfaz a esperança de que algum homem possa ser completamente puro e isento de falhas, como se dissesse aos hipócritas que eles serão inexoravelmente pegos e desmascarados.

Por isso, a lição é que ninguém pode nutrir qualquer tipo de orgulho baseado em alguma suposta perfeição. Todos nós estamos sob os mesmos males e fraquezas e necessitamos de Deus para, por sua graça, nos ajudar no processo da santificação. Também devemos saber que a pureza não se obtém por afirmações bonitas, mas por disciplina, sujeição e perseverança, pois somos barro frágil que precisa ser cuidado com atenção. Outra necessidade é a humildade que permite que reconheçamos nossos erros sempre que corrigidos e repreendidos por outras pessoas, evitando ficar na defensiva e procurar justificativas para o que é injustificável. Melhor o arrependido que o hipócrita. Por fim, devemos ser infinitamente gratos a Deus pela salvação que atingiu pessoas imperfeitas como nós, sabendo que o tesouro que Deus nos concedeu é um “tesouro em vasos de barro, para mostrar que esse poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós” (2Co 4.7).

Pr. Thomas Tronco

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