Quinta, 18 de Abril de 2024
   
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Provérbios 19.27

  

Provérbios 19.27

“Se você parar de ouvir a instrução, meu filho, irá afastar-se das palavras que dão conhecimento” (Pv 19.27 NVI). 

Participei, certa vez, de um atendimento voluntário de caráter médico-odontológico em que passei um susto muito grande. Trabalhei com outro dentista que me afirmou ser muito experiente em cirurgia bucal. A verdade é que ele apenas tinha iniciado um curso de especialização na área. Mesmo assim, ele se sentia extremamente capacitado nessa área, sem ter mais o que aprender, o que o levou a iniciar um procedimento muito complicado em certo paciente. Independente da ideia que aquele dentista fazia de si, ele não tinha conhecimento e habilidade suficientes para o tal procedimento e, fatalmente, acabou se enrolando no meio dele. Nesse momento, tive de socorrê-lo — e ao paciente —, passando um susto muito grande e tendo de recordar, em meio a muitas orações, todas as aulas que tive na área. Graças ao bom Deus, o caso se resolveu e terminou bem.

A frase, na primeira parte do versículo, traduzida com uma ideia condicional — “se você parar de ouvir a instrução, meu filho” — tem no texto hebraico uma forma mais forte e sugestiva. Trata-se de uma ordem: “Deixa de ouvir, filho meu”. Não se trata, de fato, de uma instrução para o filho se desviar. É um modo irônico de se referir a uma ação errada, como se um pai repreendesse o filho de modo semelhante a este: “Muito bem, atravesse a rua sem olhar”. Isso é uma ironia que ensina o ouvinte a olhar para os dois lados da rua antes de atravessá-la. Nesse sentido, o fato de um filho parar de ouvir a instrução que recebe é desencorajado enfaticamente pelo pai por ser algo mau e causador de males ainda maiores. O efeito disso é que o homem que para de aprender, inegavelmente, “irá afastar-se das palavras que dão conhecimento”. Achando-se sábio, ele se torna um tolo cada vez maior.

Essa é uma lição contundente que, de um modo ou de outro, atinge a todas as pessoas, em especial os servos de Deus. Uma das maiores pedras de tropeço do homem é o seu orgulho e uma de suas mais atraentes tentações é se achar autossuficiente e mais sábio que os outros. Poucas pessoas têm mais disposição para aprender que para emitir juízos e afirmações pretensamente magníficas. A triste ironia é que quem se acha sábio o bastante para não ter mais nada a aprender é justamente aquele que se afastará cada vez mais do conhecimento. Sua própria imagem equivocada sobre si mesmo é uma prova de quão pouco aprendeu e de quanto mais precisa ser ensinado. Portanto, o homem que é sábio costuma ter uma ideia modesta de si e busca o conhecimento pelo aprendizado. Ao tolo, é melhor dizer com ironia: “Deixa de ouvir para que as palavras de conhecimento se afastem de você”. Que tal sentença o alerte e o traga de volta à razão, à humildade e ao aprendizado!

Pr. Thomas Tronco

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