Sábado, 20 de Abril de 2024
   
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Provérbios 19.26

  

Provérbios 19.26

“O filho que rouba o pai e expulsa a mãe é causador de vergonha e desonra” (Pv 19.26 NVI). 

Contaram-me recentemente uma história que me chocou muito. Um casal quase idoso sofreu um acidente de carro. O senhor ficou paralisado da cintura para baixo e sua esposa sofreu danos neurológicos. Sem poder mais tocar os negócios da família, o patrono passou o controle da sua empresa e de todas as suas propriedades para seu único filho, o qual prometeu cuidar da administração dos negócios e também do bem-estar dos pais. Porém, tão logo se apoderou da fortuna paterna, ele os internou em um lar de repouso — cuja qualidade não merecia o nome de lar, nem permitia qualquer repouso — e seguiu sua vida como se os pais não existissem. Já ouvi muita história de filhos desnaturados, mas essa foi a pior.

Se uma situação dessa era novidade para mim, não era estranha à experiência de Salomão, pois ele fala de um caso parecidíssimo. Em primeiro lugar, ele faz menção ao “filho que rouba o pai”. É terrível ouvir isso, pois os pais naturalmente trabalham e se esforçam para dar aos filhos o melhor que eles podem. Paulo, falando da sua relação ministerial para com os coríntios, faz menção de uma verdade conhecida de muitos ao dizer que “os filhos não devem ajuntar riquezas para os pais, mas os pais para os filhos”. Desse modo, os filhos se beneficiam dos bens e do trabalho dos seus progenitores. Mas parece que a ganância de alguns não lhes deixa esperar a hora certa, nem o limite administrado por seus pais, fazendo roubar-lhes os bens. Então, quando está no controle e não depende mais de ninguém, esse filho mau “expulsa a mãe”, o que é um modo poético de dizer que faz isso a ambos.

Surpreendentemente, o texto não se preocupa em dizer as causas desse procedimento perverso. Apenas diz que ele “é causador de vergonha e desonra”. É possível que muitos desses casos se deem por excesso de mimo e falta de disciplina por parte dos pais. Ou pode ser que se trate de um caráter corrompido e intratável no próprio filho. Mas ao não cogitar as possibilidades causadoras do mal, o texto serve de alerta aos filhos para que controlem seus impulsos, sua ganância e seu desejo de independência. Bons filhos podem se perverter lentamente até fazer o mesmo que aquele rapaz cruel e sem qualquer amor que não seja por si mesmo. O texto também serve de alerta aos pais para que saibam perceber e diagnosticar nos filhos algumas falhas de caráter que possam levá-los a procedimentos extremos. Com isso em mente, devem saber que não podem viver para fazer os gostos do filho egoísta, nem continuar mimando seu ego. A verdade é que, ou os pais controlam seus filhos, ou serão controlados por eles. Raramente amar significa dar tudo que o outro quer.

Pr. Thomas Tronco

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