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Colossenses 1.15-23 - A Supremacia de Cristo e sua Obra Reconciliadora

  

A menção do “Filho amado” no v. 13 cria a primeira oportunidade na epístola para Paulo falar sobre a supremacia de Cristo. Em Colossos, os ensinos judaicos mesclados às doutrinas propostas pelo gnosticismo em formação propunham que os crentes buscassem sabedoria, conhecimento e santidade em práticas cerimoniais e ascéticas e não em Cristo (2.2-4, 11, 16-17, 21-23). Ademais, a rejeição da matéria como essencialmente má comprometia a realidade da encarnação (v. 20, 22; 2.9). Isso tudo reduzia a importância de Cristo tanto no pensamento como a prática do viver cristão. Daí a preocupação de Paulo em realçar sua supremacia, levando assim os crentes a se sujeitarem exclusivamente ao Filho de Deus.[1]

Paulo começa dizendo que Cristo “é a imagem do Deus invisível” (15. Veja-se tb. 2Co 4.4). A invisibilidade de Deus é ensinada já nas primeiras páginas da Bíblia, tendo servido como base para a proibição de imagens que o representassem já a partir dos tempos do Êxodo (Dt 4.12-18). De fato, a essência de Deus é invisível (1Tm 1.17; 6.16; 1Jo 4.12) e Jesus ensinou que ninguém jamais viu o Pai, exceto ele próprio (Jo 6.46).

Em Cristo, porém, o homem pode ver Deus[2] (Jo 1.14,18; 14.9; Hb 1.3). Ele é a imagem visível[3] daquele que é invisível. Imagens e ícones de ouro, prata, madeira ou pedra são abomináveis ao Senhor (Sl 115.3-8), mas Jesus é o ícone vivo de Deus. Basicamente, isso significa, que Cristo é Deus em forma visível.

A segunda parte do v. 15 diz que Cristo é o “primogênito de toda a criação”.  A princípio, essa expressão pode sugerir que Cristo foi o primeiro a ser criado entre todos os demais seres que compõem o universo que Deus fez.[4] Esse entendimento, porém, nega a divindade de Jesus, não se harmonizando com a cristologia claramente exposta em todo o NT (Jo 1.1; 20.28; Rm 9.5; Hb 1.8; 1Jo 5.20). Ademais, deve ser lembrado que o propósito de Paulo, ao escrever sua Carta aos Colossenses, é ressaltar a supremacia de Cristo. Portanto, entender a expressão em análise como uma prova de que Cristo é apenas uma criatura especial, nada tendo de divino, milita contra o principal objetivo do apóstolo.

A forma, pois, correta de entender a expressão “primogênito de toda a criação” é a seguinte: como o primogênito, no mundo dos dias de Paulo, tinha primazia sobre tudo o que pertencia ao pai, sendo seu herdeiro principal, da mesma forma Cristo tem o direito de primogênito sobre tudo o que foi criado. Tudo convergirá nele (v. 16; Ef 1.9-10), que exerce supremacia sobre o universo inteiro (v. 18; 1Co 15.27-28; Ef 1.22; Hb 2.8). Assim, a expressão usada por Paulo, está longe de dizer que Cristo foi criado primeiro que tudo. Antes, significa que ele tem direito de primogenitura sobre toda a criação de Deus, como herdeiro principal e senhor dela (Hb 1.2).

Tendo tocado no tema da criação, o texto se expande apresentando as razões pelas quais Cristo tem o status de primogênito sobre o universo que Deus fez. De acordo com o v. 16, “nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra”. Essa afirmação coloca Cristo como agente na criação (Jo 1.3). Ora, sabe-se que o Deus-Trino criou o universo, mas a Bíblia não informa o modo específico como cada uma das três Pessoas atuou nessa obra.[5] Assim, não é possível determinar que papel exato a Segunda Pessoa da Trindade exerceu quando os anjos foram criados ou quando os fundamentos do universo foram lançados.[6]

Seja como for, Paulo diz expressamente que tudo o que existe, tanto o mundo material quanto imaterial (o que, evidentemente, inclui os anjos), veio à existência pelo ato criador do Filho. E não somente “todas as coisas foram criadas por ele”, mas também “para ele”, ou seja, tudo o que foi criado convergirá um dia no Filho (Ef 1.10). Isso significa que, no fim de tudo, todas as coisas serão postas em harmonia por ele e com ele. A desordem, o caos, o sofrimento, a vaidade e a desarmonia a que o pecado lançou a criação de Deus, um dia terá fim, sob o domínio absoluto do Senhor Jesus (Rm 8.19-22).

Não se pode perder de vista que Paulo destaca essas verdades acerca da supremacia de Cristo sobre a criação com o objetivo de enfraquecer o ensino dos falsos mestres que ameaçavam a igreja de Colossos. Especialmente a apresentação de Cristo como criador de tronos, soberanias, poderes e autoridades, ou seja, das diferentes ordens de anjos, conforme o ensino judaico de então, deve ter causado forte impacto sobre o gnosticismo nascente que, ao que parece, encorajava a adoração de seres angelicais (2.18).[7]

No v. 17, Paulo realça a preexistência de Cristo ao afirmar que “ele á entes de todas as coisas”. Essa afirmação implica divindade, pois enfatiza que Cristo já existia antes da criação do universo físico e dos seres espirituais (Jo 1.1-2). Ora, é óbvio que só Deus, ele próprio eterno e não criado, pode ser considerado existente desde as infindas eras da pré-criação. Assim, Paulo destaca novamente a divindade do Filho. Aliás, o próprio Senhor Jesus afirmou isso quando também alegou ser pré-existente (Jo 8.58). Ora, existindo antes de todas as coisas, Cristo se situa na posição de Senhor sobre a totalidade da ordem criada.

Em seguida, é dito que “nele tudo subsiste”. O verbo aqui usado significa continuar, permanecer, ou ainda segurar. É dessa palavra que advém o termo sistema. O texto ensina, portanto, que Cristo é o sustentador de tudo o que há. Se o universo não entra em colapso, se a realidade consiste de um cosmos ordenado e não de um caos, se é possível perceber a existência de um sistema bem elaborado e em perfeito funcionamento no mundo, se há leis físicas e forças misteriosas regendo, controlando, movendo e fazendo girar de maneira harmônica a fantástica e infinitamente complexa máquina do universo, Paulo atribui essa obra ao Deus-homem. É, de fato, pelo poder dele que as menores sementes germinam e também os astros mais gigantescos não desabam ou saem de suas órbitas (Hb 1.3).

Em face dos ensinos gnósticos que ameaçavam a centralidade e supremacia de Cristo entre os crentes de Colossos, Paulo, no v. 18, menciona o senhorio exclusivo de Jesus sobre a igreja. “Ele é a cabeça do corpo que é a igreja”, ou seja, como um organismo vivo, unificado e bem estruturado (1.24; 3.15. Veja-se tb. Rm 12.4-5; 1Co 12.12-27; Ef 3.6) a igreja recebe sua força vital e o comando para as suas ações unicamente de Cristo e não de filosofias humanas (Ef 1.22-23; 4.15-16; 5.23-24, 29-30). Se for separada dele, ficará sem orientação, seguindo vozes alternativas e, por fim, morrerá ou se transformará numa outra sociedade qualquer, defendendo tradições e crenças estranhas sob a capa de uma piedade fingida. Esse era exatamente o caso do grupo de falsos mestres que perturbavam os crentes de Colossos (2.16-19).  

Paulo também afirma no v. 18 que Cristo “é o princípio”. A idéia dominante é a de que ele é o originador ou fundador de tudo. Em conexão com a realidade da igreja que acaba de ser mencionada, é possível que o texto se refira não somente às origens do universo, mas também à criação do novo homem em Cristo (Ef 2.14-15). De fato, a igreja é considerada no NT a nova criação de Deus (2Co 5.17; Gl 6.15; Ef 2.10), algo que veio à existência porque ele, diante das trevas em que o coração dos salvos outrora se encontrava, disse outra vez: “Haja luz!” (2Co 4.6). Em face disso, é possível que o texto aponte para Cristo como agente também na nova criação, o princípio de tudo, inclusive de uma nova raça, a raça eleita (1Pe 2.9). De fato, ele próprio disse expressamente a Pedro: “... edificarei a minha igreja” (Mt 16.18).

A ressurreição de Cristo foi uma espécie de prenúncio da ressurreição dos crentes em geral (1Co 15.20-23). Por isso, o versículo 18 prossegue com a afirmação de que ele é o “primogênito dentre os mortos”. De fato, Jesus foi a primeiro a ressuscitar com o chamado corpo da ressurreição, isto é, um corpo imperecível, que não se deteriora (1Co 15.42-44). Outras pessoas ressuscitaram antes daquela manhã em que o Senhor se levantou do túmulo onde jazia (2Rs 4.35; Lc 7.15; Jo 11.44, etc), mas todas elas voltaram à vida num corpo mortal, dando simples continuidade ao curso de sua existência, até morrerem outra vez.

Desse modo, Cristo foi o primeiro a ressuscitar definitivamente num corpo glorioso, revestido de imortalidade. Por isso, pode-se dizer que ele foi o princípio também da nova criação de Deus, o inaugurador de uma nova humanidade, a humanidade formada por homens celestiais (1Co 15.45-49).

O v. 18 termina dizendo que Cristo desempenha funções cruciais nas suas relações com o universo e com a igreja para que tenha absoluta e total supremacia.[8] Em sua infinita soberania, o Pai quis que o Filho tivesse plena primazia, pelo que fez dele o originador, sustentador e cabeça de tudo.

Essa verdade também é exposta no v. 19. Nesse versículo Paulo ensina que Deus se agradou em fazer com que em Cristo “habitasse toda a plenitude”. Os gnósticos usavam a palavra “plenitude” para se referir à soma total do poder e dos atributos de Deus. Essa plenitude, segundo eles, era distribuída entre agentes (emanações ou poderes angélicos) através dos quais Deus governava o mundo e revelava a sua vontade. Assim, esses seres intermediários retinham parcelas maiores ou menores da plenitude que era distribuída e diluída entre eles. Nenhum tinha toda a plenitude e é provável que os falsos mestres de Colossos dissessem que Cristo era apenas mais uma dessas emanações procedentes do divino.

Paulo, porém, ensina que em Cristo habita “toda” a plenitude, destacando que tudo o que é pertinente a Deus (seus atributos, poder e autoridade) reside nele de forma completa (2.9). Assim, o texto fala da perfeita divindade de nosso Senhor, pela qual ele criou e sustenta tudo o que há e pela qual exerce total autoridade sobre o mundo e a igreja.

O v. 20 encerra o hino cristológico iniciado no v.15. O texto ensina que a vontade de Deus consistiu de fazer com que o Filho fosse o instrumento de reconciliação entre ele e todas as coisas “tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus”. Essa afirmação levanta uma série de questões difíceis. Estaria Paulo ensinando que a inimizade com Deus um dia desaparecerá do universo? Se esse for o caso, seria certo dizer que as penas do inferno são temporárias e que as almas ali lançadas um dia desfrutarão da paz com o Senhor? E mais: a reconciliação com Deus das coisas que “estão nos céus” implicaria na salvação dos seres angélicos que se rebelaram contra ele, como Satanás e os demônios?

Na história da teologia cristã houve quem respondesse afirmativamente cada uma dessas perguntas. Orígenes de Alexandria (c.185-253) foi aparentemente o primeiro pensador cristão a propor o ensino de que Deus, no final, reconciliará consigo mesmo todos os seres criados, inclusive Satanás. Essa teoria, tecnicamente denominada apokatástasis (Lit. restauração), foi considerada um desvio da doutrina ortodoxa, sendo uma das razões pelas quais Orígenes não é considerado um dos pais da igreja. Seja como for, para ele não havia outra forma de entender textos como Salmos 110.1 e 1Coríntios 15.28. O grande erudito alexandrino cria que essa era uma implicação necessária da bondade de Deus e do poder da Palavra, os quais impõem a necessidade de um término para o mal. Segundo o entender de Orígenes, se o mal, Satanás ou o inferno existirem para sempre, Deus jamais será “tudo em todos”.[9]

Conforme já dito, a igreja cristã jamais acolheu esse pensamento.[10] Qual então, seria o sentido da reconciliação mencionada no texto sob análise? O palavra que o NT geralmente usa para “reconciliação” diz respeito à restauração de um relacionamento cuja harmonia se perdeu (Rm 5.10-11; 11.15; 1Co 7.11; 2Co 5.18-19). Porém, o termo usado por Paulo em Colossenses 1.20 é ligeiramente diferente e só aparece novamente em 1.22 e Efésios 2.16. Esse termo também significa restauração da paz (1.22), mas Paulo o usa ainda para indicar uma realidade unida em perfeita harmonia com Deus (Ef 2.16).

Assim, ao falar das coisas terrenas sendo reconciliadas com Deus, Paulo golpeia o conceito gnóstico de que o mundo físico é intrinsecamente mau, situando-se fora do interesse de uma divindade que se mantém distante dele. Opondo-se a isso, o apóstolo mostra que, por compor a boa criação de Deus, o universo material um dia será parte de uma realidade unificada sob seu completo domínio, desfrutando de paz e tendo restaurada a harmonia que caracterizou o seu estado inicial (Rm 8.19-22).

E quanto às coisas celestiais? De fato, está fora de dúvida que Paulo tem em mente aqui as realidades espirituais. Entretanto, é certo que os santos anjos não precisam de reconciliação. Também é certo que não há provisão para a restauração dos anjos caídos (Hb 2.16). Como então entender o que Paulo diz no v. 20? Diante do ensino geral do NT e das nuances que a palavra usada nesse texto admite, parece certo que a reconciliação das coisas que estão nos céus deve ser entendida no sentido de serem postas em sujeição a Deus, sendo totalmente devotadas a ele.

Ora, é sabido que o pecado pôs o diabo e seus demônios em franca rebelião contra o Senhor, lançando desordem no universo espiritual, desordem essa que ainda persiste (Ef 6.12). Está fora de questão que esse estado de coisas deve ser remediado e é provável que Colossenses 1.20 aponte o modo como isso acontecerá. Considerado ao lado de textos como 1Coríntios 15.28; Efésios 1.10, Colossenses 1.16 e Hebreus 2.8, parece certo que o texto em análise fala da reconciliação não como a restauração da harmonia através do fim da inimizade, mas sim como a restauração da harmonia através da subjugação de tudo ao Pai.[11] Portanto, a reconciliação de que Paulo trata aqui é a inclusão de todas as coisas numa realidade unificada posta debaixo da absoluta soberania de Deus. Nessa condição não mais existirá qualquer rebelião, desobediência ou resistência ao governo divino. É certo que a atitude dos maus (anjos e homens perdidos) jamais será marcada por sujeição amorosa. Porém, haverá de sua parte a mais completa resignação (Ap 14.10). É nesses termos que a harmonia será reconstruída no universo espiritual.

O v. 20 ainda diz que a restauração da paz (Lit. fazer a paz) foi possível graças ao sangue da cruz. Isso mostra o alcance da obra de Cristo no Calvário. É por meio desse sacrifício que toda a desordem a que o pecado lançou a criação pode ser solucionada. Conclui-se, desse modo, que a cruz neutralizou todos os efeitos do pecado. Ora, a violação da vontade divina não gerou somente culpa (Rm 5.18-19), mas também inimizade e desordem. Sendo assim, o sangue de Cristo não foi derramado apenas para anular a culpa, mas também para destruir a inimizade (Rm 5.10) e pôr um fim na desordem. Portanto, para o crente, o sangue que manchou o madeiro agiu ao tempo de sua conversão, removendo a culpa e a inimizade com Deus quando ele creu (Rm 5.1); mas ainda agirá no futuro, restabelecendo a ordem no universo decaído (At 3.21).

Ao falar sobre reconciliação, Paulo naturalmente se volta para o aspecto em que essa realidade se aplica aos crentes. Sendo viabilizada a reconstrução da paz através da cruz, os homens são beneficiados por ela quando respondem positivamente ao evangelho. Foi o que aconteceu com os colossenses. O apóstolo descreve a condição deles antes de se tornarem cristãos, dizendo que “estavam separados de Deus” (21). A palavra usada por Paulo denota alguém estranho, excluído ou separado (Ef 2.12; 4.18). De fato, antes da conversão, os colossenses eram pessoas distantes de Deus e da salvação, separadas e banidas da comunhão com ele por causa do pecado.

Os colossenses também tinham sido inimigos. Sua hostilidade contra Deus se manifestara na mente, ou seja, nos seus raciocínios e emoções. As inclinações interiores daquelas pessoas, seus pensamentos e desejos, tinham sido outrora completamente hostis ao Senhor (Ef 2.3). A forma como essa inimizade se expressava era através do “mau procedimento”. As obras de perversidade que os colossenses praticavam nos dias da sua incredulidade eram provas da sua inimizade contra o Deus santo. Evidentemente, essa descrição do apóstolo se ajusta a todos os descrentes de qualquer lugar ou época.

Os benefícios da morte de Cristo, porém, alcançaram aquelas pessoas. Os versículos 21 e 22 mostram o contraste entre o “antes” e o “agora”. Paulo diz que Deus, interferindo na condição deplorável dos colossenses, os reconciliou consigo (22). Isso foi possível graças ao milagre da encarnação. Com um corpo de carne, Cristo pôde morrer (Hb 2.14-15). Sua morte aplacou a ira de Deus (1Jo 2.2) e tornou possível a reconciliação do homem com ele (Rm 5.10-11; Ef 2.13). Deve-se notar a ênfase de Paulo aqui na real corporeidade de Jesus.[12] Certamente, ao enfatizar o “corpo físico de Cristo” (Lit. corpo da sua carne), o apóstolo teve como alvo fustigar a doutrinas ensinadas pelos falsos mestres que negavam a realidade de um corpo material em Cristo. No v. 22 ele não somente repugna esse ensino, mas também realça a necessidade da encarnação. Sem esse fato, a morte de Cristo na cruz seria impossível e o perdão necessário à reconciliação jamais poderia ocorrer (Hb 9.22).

Pr. Marcos Granconato    



[1] É possível que os vv. 15-20 encerrem um hino cristológico usado na igreja primitiva. Aliás, hinos desse tipo serviam como veículo para o ensino doutrinário e é perfeitamente possível que Paulo esteja usando esse recurso didático aqui. Outros prováveis exemplos dessa prática se encontram em Efésios 5.14; Filipenses 2.6-11 e 1Timóteo 3.16.

[2] Mesmo nos tempos do AT, é possível que algumas visões de Deus fossem aparições da Segunda Pessoa da Trindade. Talvez uma comprovação disso encontre-se em João 12.41 comparado com Isaías 6.1-5.

[3] É desse vocábulo grego (pronuncia-se eikon) que advém a nossa palavra “ícone”. Nas igrejas russa e grega, o termo é usado para se referir à representação de figuras sagradas em superfície plana de madeira. 

[4] Ao tempo da igreja antiga, o presbítero Ário de Alexandria († c. 335) foi o mais vigoroso expoente do ensino de que Cristo, apesar de ser, de fato, o criador do mundo, era ele mesmo uma criatura, não sendo certo crer em sua divindade. As idéias de Ário, porém, foram condenadas no Concílio de Nicéia, reunido em 325, e ele foi deportado para o Ilírico. O arianismo, contudo, se manteve vivo e, mesmo nos dias de Ário, mostrou-se vigoroso e em expansão. A igreja oficial, porém, nunca o acolheu. Atualmente, o grupo que mais se aproxima das doutrinas arianas são as Testemunhas de Jeová.

[5] Não há dúvidas de que o Pai atuou na criação (Ap 4.11). Que o Filho é criador também fica claro em textos como o que está em análise. Já a atuação do Espírito Santo na obra criadora é obscura e geralmente deduzida a partir de Gênesis 1.2.

[6] O v.16 aliado a textos como João 1.3 e Hebreus 1.2 dão a entender que, na criação, o Filho atuou como agente intermediário.

[7] A supremacia de Cristo sobre os anjos também é mostrada em 2.15 (Veja-se tb. Ef 1.20-21; Hb 1.5-8, 13-14).

[8] Particularmente, o fato de ser o primogênito dentre os mortos coloca Cristo numa posição de autoridade sobre os homens (At 17.31).

[9] Veja-se HALL, Christopher A. Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja. Traduzido por Rubens Castilho Meire Santos. Viçosa: Ultimato, 2007. p. 63.

[10] Veja-se SANTO AGOSTINHO. A Cidade de Deus. Vol. 2 (21:XVII). São Paulo: Vozes, 1990. p. 507.

[11] Textos como Lucas 10.18, Colossenses 2.15 e Judas 6 mostram alguns sentidos em que essa subjugação já existe. A sujeição completa, porém, dos anjos maus ao domínio do Senhor está reservada para o futuro (Ap 12.7-10). 

[12] Veja-se também Efésios 2.15.

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